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Programa Jovem Aprendiz cria oportunidades em Oriximiná
Em 2023, 81% dos inscritos na iniciativa da MRN são de comunidades tradicionais. Do total, 56% são mulheres
“Eu não imaginava que conseguiria entrar no mercado de trabalho agora”, relembra Hilary Santos, que está entre os 60 talentos que ingressaram no programa Jovem Aprendiz da Mineração Rio do Norte (MRN), em 2023. Do total de jovens selecionados, 49 são oriundos de comunidades quilombolas, localizadas no município de Oriximiná, oeste do Pará.
Realizada em parceria com o Serviço Nacional da Indústria (Senai), a iniciativa visa dar aos jovens da região a oportunidade de qualificação e experiência profissional, os preparando por meio de uma formação que envolve teoria e prática. Além disso, propicia que mulheres estejam inseridas em carreiras ainda ocupadas majoritariamente por homens, como na área de Manutenção.
“Meu foco mudou logo quando eu estudei sobre o programa no site da MRN e conheci os benefícios. Agora minha meta é me qualificar ainda mais”, revela Hilary. A jovem é do curso de Automação Industrial e conta que está muito satisfeita com a didática do ensino e as orientações repassadas durante as mentorias. “O que eu mais gosto é a aprendizagem de forma dinâmica. Isso quebra aquele gelo de ficarmos só escrevendo de maneira robótica. Saber que estou começando minha carreira profissional em uma empresa que é referência, me faz ter novos planos porque sei que isso me abrirá portas no mercado de trabalho”, afirma.
Da comunidade Boa Vista, o jovem Diego Santos ficou bastante emocionado ao saber da aprovação no processo seletivo do curso de Automação e já faz planos para o futuro. “A maneira como as aulas são conduzidas tem me ajudado muito, assim como as etapas de integração. Quero seguir construindo uma boa relação com meu gestor na empresa e, se eu me destacar, se possível, ser contratado”, planeja.
Acolhimento
As atividades práticas ocorrem nos laboratórios do Departamento de Desenvolvimento de Pessoas e nas áreas operacionais e administrativas da MRN. O novo ciclo de aprendizes iniciou em janeiro deste ano e segue até abril de 2024, com os cursos de Operador de Manutenção Eletromecânica e Mantenedor de Sistemas de Automação Industrial. Ao final do ciclo, o aprendiz recebe um certificado de qualificação profissional, tendo como diferencial no currículo a experiência na empresa.
“Uma das fases mais importantes durante esse processo de chegada desses jovens é, sem dúvida, o Onboarding, ou seja, a integração que fazemos com cada área da empresa. Durante essa etapa, proporcionamos a eles uma visão global de nossa produção, integrando qualidade, meio ambiente, educação financeira e palestras educativas, como o uso de álcool e drogas e gravidez na adolescência. Além disso, eles passam por treinamentos de segurança e visitas à operação de mina, sala de monitoramento de barragens e reservatórios de disposição de rejeito. Vale ressaltar que mais da metade desses 60 jovens são mulheres”, explica, Rosanne Salgado, analista de Recursos Humanos e responsável pela condução do programa.
O processo de integração teve duração de 10 dias e, ao final, os aprendizes participaram de um bate-papo com o diretor de Operações, Rogério Junqueira, que explicou sobre o ciclo sustentável de produção bauxita e apresentou o projeto de continuidade operacional da companhia, o Projeto Novas Minas (PNM). “Abrir as portas da nossa empresa para esses jovens é sempre gratificante. São comunitários, filhos de empregados e cada um carregando uma história singular dentro de si. Queremos que eles saibam que são peças fundamentais dentro dessa grande engrenagem, principalmente nesse contexto, no qual queremos continuar fazendo o que fazemos muito bem: contribuir com o desenvolvimento, cuidando sempre do meio ambiente e das pessoas”, destaca.
Oportunidades
Dentre os muitos cases de sucesso, temos as histórias de quem passou pelo programa e foi contratado pela empresa, como a da operadora Gislaine Silva, natural da comunidade Boa Vista. Hoje, atuando na Usina de Geração de Energia da MRN, ela lembra que ficou sabendo do processo seletivo por meio das redes sociais e não pensou duas vezes em fazer a inscrição. “Logo de início foi bem difícil. Morava com meu pai na comunidade do Ajudante e vinha de rabeta todos os dias, fizesse chuva ou sol”, relata. A operadora destaca que os conhecimentos adquiridos durante a formação se mostram essenciais a cada dia. “Estar como empregada da MRN é motivo de orgulho. Eu acredito que, quando temos um sonho, temos que ter coragem para começar, força para buscar e humildade para alcançar”, comenta.
Outra comunitária que também vê sua trajetória de empregada sendo exemplo para ingressantes, é a eletricista Caroline Colé. Ela entrou na empresa como Jovem Aprendiz, com uma filha de pouco mais de um ano de idade, e conseguiu ser efetivada. “Para conquistar o que queremos, o estudo é imprescindível. As oportunidades aparecem, mas precisamos estar preparados. É perseverar e acreditar que tudo é possível, só depende de nós”, garante.
Mais de 3 mil quelônios são devolvidos à natureza, em Oriximiná
Há quatro décadas, iniciativa estimula a conservação da biodiversidade e conta com o apoio da MRN e comunitários voluntários
Uma iniciativa tem feito a diferença na preservação de diferentes espécies de quelônios na Reserva Biológica do Rio Trombetas. O Programa Quelônios do Rio Trombetas (PQT) soltou 3 mil filhotes de tracajás na praia Paulino localizada no Lago Erepecu, comunidade Nova Esperança, município de Oriximiná, oeste do Pará. Há pouco mais de quatro décadas, o programa já devolveu à natureza aproximadamente 5 milhões de filhotes, entre tracajás, pitiús e tartarugas-da-amazônia.
Coordenado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o programa tem a parceria da Mineração de Rio do Norte (MRN), Instituto Ipê e comunitários voluntários. “É um momento de celebração, no qual promovemos a sensibilização junto aos moradores locais e comemoramos as atividades que realizamos durante o ano todo. É uma troca de saberes, que ganha uma nova característica de sustentabilidade e de construção de um mundo melhor”, destaca Genilda Cunha, analista de Relações Comunitárias da empresa.
Segundo o Chefe do Núcleo de Gestão Integrada Trombetas do ICMBio, Paulo Varalda, a parceria entre o poder público, iniciativa privada e os comunitários tem sido fundamental para o processo de conservação ambiental. “Se fizermos uma analogia com um tripé, temos ICMBio, a MRN e os quilombolas. Nosso desafio é constante. Com a aprovação do termo de compromisso com as comunidades do Alto Trombetas 2 precisa agora de ordenamento, cuidado e atenção. A cooperação mútua desses três entes é fundamental”, garante.
Conscientização e voluntariado
O trabalho para soltura dos quelônios começa ainda no mês de agosto, com a mobilização das equipes voluntárias. A eclosão dos ovos ocorre entre os meses de novembro e janeiro. Um cuidado que se divide entre os agentes ambientais do ICMBio e os comunitários voluntários. “Após a eclosão, as solturas são feitas gradativa e estrategicamente, promovendo a sensibilização das comunidades e do público que acompanham o trabalho. Depois desse processo, os quelônios têm três meses de adaptação ao novo ambiente”, explica Daiane Santos, bióloga e agente ambiental do ICMBio.
A aposentada Dulcinéia Barbosa, de 67 anos, está entre os mais de 100 voluntários responsáveis pela coleta dos ninhos e registro da postura dos quelônios. Desde 2003, a moradora da comunidade Último Quilombo acompanha de perto a eclosão e a guarda dos filhotes. “Nós brigamos e lutamos porque tem uma geração que está vindo por aí, bisnetos, netos, que precisam dessa natureza. Quando nós chegamos aqui, eles já estavam e, como não preservaram, está se acabando. Mas estamos aqui somando forças para cuidar deles”, conta.
Manoel Raimundo, agente ambiental do ICMBio, da comunidade Tapagem há 14 anos contribuiu com o processo de conservação dos quelônios. O quilombola conta que o sentimento de pertencimento dos moradores também está no cuidado com a natureza. “Esse é um momento importante porque também significa cuidar de vidas. Estamos cuidando para que não se acabe. Significa preservar o futuro das próximas gerações”, destaca.
Aprendizados
Só no ano passado, 80 mil filhotes de tracajás, pitiús e tartarugas-da-Amazônia foram devolvidos à natureza. A soltura foi restrita apenas aos agentes, em virtude da pandemia de Covid-19. Este ano, a força-tarefa abriu para participação do público e reuniu, aproximadamente, 400 pessoas. Oportunidade para o jovem escoteiro Samuel Pantoja, que acompanhou o evento pela primeira vez. “Foi uma experiência positiva. Tem um artigo na Lei Escoteira que diz que somos amigos das plantas e dos animais, então isso é importante para nossa aprendizagem. Precisamos preservar a natureza ao máximo”, afirma.
Primeira experiência também para a técnica de Segurança no Trabalho Eliene dos Santos, da comunidade Boa Vista. Ela nasceu e cresceu às margens do rio Trombetas e há três anos atua na MRN. Para ela, a ação fortalece o sentimento sustentável entre os comunitários. “Precisamos pensar no futuro. Fortalecer essa cultura e essa subsistência do que vamos deixar para as próximas gerações”, comenta.
Para Yanto Araújo, gerente geral de projetos da MRN e líder do Grupo de Escoteiros de Porto Trombetas, o PQT reforça o compromisso da MRN de preservar a fauna e a flora da região. “São valores que mostram o que somos. A soltura dos quelônios é uma experiência única e, como líder do Escoteiros, também sei da necessidade que temos de estimular essa consciência do cuidado em nossas crianças e adolescentes”, pontua.
Projeto incentiva geração de renda e equilíbrio ambiental em Oriximiná
A iniciativa da MRN capacita pequenos produtores do município há mais de 15 anos
Na comunidade Boa Nova, a produção de farinha de mandioca e seus derivados, como o tradicional beiju seco, é a principal fonte de renda da agricultora Maria Luiza Amaral.
Ela e os sete filhos são atendidos pelo Projeto de Apoio a Sistemas Agroflorestais (SAFs). A iniciativa é desenvolvida pela Mineração Rio do Norte (MRN) e atende 29 famílias de comunidades ribeirinhas da região do Lago Sapucuá, zona rural do município de Oriximiná, no oeste do Pará.
Com a chegada do SAFs, Maria Luiza também passou a produzir laranjas, impulsionando o orçamento familiar. “Foi com o projeto que aprendi a plantar e até como cuidar das plantas com o uso dos fertilizantes naturais que aprendemos fazer, então é bastante conhecimento que a gente conquista”, relata. A agricultora conta que as formações também têm feito a diferença na venda dos produtos. “Agora nossa produção tem durado mais porque nós aprendemos como armazenar corretamente as sementes e os produtos”, destaca.
Com o objetivo de estimular a geração de renda por meio do incentivo de plantios em equilíbrio com a conservação ambiental, o projeto é realizado com pequenos produtores das comunidades Boa Nova, Casinha e Saracá, no Lago Sapucuá, comunidade Camixá, no médio Rio Trombetas, e Bom Jesus, no Lago Batata.
“Esse projeto tem sido fundamental porque promove, por meio de capacitações técnicas, a geração de renda e a conservação ambiental nas comunidades atendidas, com foco nas temáticas agrícolas e socioambientais, e em temas que incrementam a produtividade dos sistemas e a qualidade de vida de todos os envolvidos”, explica a consultora do SAFs, Danúbia Barros.
Os primeiros plantios do projeto ocorreram em 2005. Em 2019, novas áreas foram implementadas para enriquecer o sistema. O tamanho de cada área plantada tem, em média, um hectare por família. Os arranjos são formados por espécies cítricas, como laranja, limão e tangerina, além de cumaru, banana e pupunha. “O projeto sempre busca priorizar os trabalhos que prezam pela preservação das florestas, da água e do solo, com técnicas que permitem que os agricultores façam o manejo dos SAFs de forma adequada e eficiente”, ressalta Danúbia.
Continuidade e formação
No projeto, equipamentos, ferramentas e materiais são fornecidos para auxiliar os agricultores a realizarem o manejo das áreas. Ao longo de 2022, foram promovidas diversas ações que contribuíram para o desenvolvimento das atividades executadas pelos produtores, incluindo visitas técnicas mensais, onde as famílias têm a oportunidade de tirar dúvidas e receber incentivo para a continuidade dos trabalhos.
Entre os diferenciais do projeto em 2022, estão o intercâmbio entre os agricultores, que levou os beneficiários das comunidades até a sede do município de Oriximiná. A oportunidade permitiu a troca de experiencias e os possibilitou conhecer outros agricultores que são referência na produção do município.
Para 2023, estão previstas novas capacitações com temáticas que visam melhorar o dia a dia das famílias atendidas. Também está prevista a entrega de materiais e equipamentos considerados necessários para a execução das técnicas de manejo realizadas no Sistema Agroflorestal, tratativa resultante das visitas técnicas realizadas pelas equipes do projeto nas comunidades.
Frutos do conhecimento
Os cursos ofertados pelo projeto mesclam meio ambiente e negócios. No ano passado, nove formações foram realizadas com os agricultores: Criação de Abelhas sem Ferrão (Meliponicultura), Horticultura com materiais recicláveis, Mercado e Comercialização de produtos de origem vegetal, Produção de Biofertilizante Líquido, Peletização e Inoculação de Sementes, Manejo Fitossanitário de Pragas Agrícolas, Produção de geleias, doces e licores, Cooperativismo e Desidratação de Frutas Tropicais.
Há pouco mais de quatro anos fazendo parte do projeto, o agricultor João Gonçalves, da comunidade Casinha, também tem aplicado o conhecimento adquirido no SAFs. Com um trabalho variado, ele produz limão, tangerina, laranja, banana e mandioca, além do café que foi plantado recentemente. “Antes as covas das plantas não eram feitas do jeito certo, por isso perdíamos muitas safras. Hoje já sabemos como fazer do tamanho certo. São conhecimentos que não tínhamos antes e agora já sabemos como apanhar as frutas, como guardar e ter o cuidado certo”, relata o produtor.
A coordenadora do projeto, Genilda Cunha, destaca que, no ano passado, as atividades realizadas atingiram os objetivos previstos. “Já temos alguns agricultores que são multiplicadores do conhecimento adquirido, gerando trocas de saberes com as equipes técnicas. É com satisfação e uma alegria indescritível que seguimos rumo ao desenvolvimento e aprimoramento desses comunitários, na busca de mais multiplicadores e de famílias que transformaram as suas realidades e fazem a diferença em suas comunidades”, pontua.
MRN participa de troca de comando do 4º Distrito Naval em Belém
A Mineração Rio do Norte (MRN) esteve entre os convidados para cerimônia de troca de comando do 4º Distrito Naval (DN) da Marinha do Brasil. O gerente de Operações do Terminal Trombetas, Paulo Ricardo Maretti, e o engenheiro naval, Dennis Hernan Silva, representaram a empresa no evento. Na ocasião, o vice-almirante Antônio Capistrano de Freitas Filho tomou posse na função, antes exercida pelo vice-almirante Edgar Luiz Siqueira Barbosa, que agora passa a ser Comandante em Chefe de Esquadra. A cerimônia ocorreu na sede do Centro de Instrução Almirante Braz de Aguiar (Ciaba), em Belém (PA).
“O Distrito Naval (4° DN) é a autoridade marítima local responsável pela área na qual o terminal de Porto Trombetas está inserido, bem como pela fiscalização do transporte marítimo de cargas. A MRN recebeu o convite formal para participar da troca de comando, e a participação da empresa se fez necessária para reforçar o canal de relacionamento institucional já existente com o 4° DN”, destacou Ricardo Maretti.
Durante o discurso de posse, Capistrano exaltou a exuberância de todo o bioma Amazônico em que o 4º DN está inserido, com rios, igarapés e furos que apresentam grande importância para a vida de quem mora e depende da floresta. O novo comandante também enalteceu a relevância do Arco Norte na economia brasileira e como a região de encontro entre o rio Amazonas e o oceano Atlântico influencia nessa dinâmica nacional.
O 4º Distrito Naval tem jurisdição em quatro estados da Federação: Amapá, Maranhão, Pará e Piauí. Dentre as organizações marítimas sob a tutela do 4º DN estão a Capitania dos Portos do Amapá, Capitania dos Portos do Maranhão, Capitania dos Portos da Amazônia Oriental (sediada em Belém), Centro de Instrução Almirante Braz de Aguiar e Capitania Fluvial de Santarém (CFS). Esta última se destaca por atuar na região do Baixo Amazonas, englobando as cidades de Santarém, Juruti, Óbidos e Oriximiná, além de Porto Trombetas.
A cerimônia reuniu autoridades civis, militares, entidades reguladoras, representantes da praticagem, iniciativa privada, Exército, Aeronáutica e Bombeiro Militar, além de autoridades do executivo como a vice-governadora do Estado do Pará, Hana Ghassan; o vice-prefeito de Belém, Edilson Moura; e o gerente Regional da ANTAQ, João Maria Ferreira Filho. Também estavam presentes o capitão de fragata Fabrício Fróes Teixeira, atual Capitão da CFS; o capitão de mar e guerra Alexandre Roberto Januário, atual Capitão da Capitania de Portos do Maranhão; o gerente da Unipilot, Fernando Câmara; e o vice-almirante Murilo Barbosa, atual presidente da Associação de Terminais Privados (ATP).
MRN doa recursos para proteção de crianças e adolescentes em municípios do oeste do Pará
Repasse ocorre por meio do Fundo para Infância e Adolescência. No total, a empresa doou R$ 318 mil para quatro cidades
Cuidar das pessoas e contribuir para o desenvolvimento social são pilares renovados anualmente pela Mineração Rio do Norte (MRN). Este ano, os Fundos Municipais dos Direitos da Criança e Adolescente dos municípios de Faro, Óbidos, Oriximiná e Terra Santa, no oeste do Pará, receberam aporte da empresa no total de R$ 318.231,26 para as políticas de assistência social que têm como alvo a proteção de crianças e adolescentes em situação de risco e vulnerabilidade social. Os valores são repassados aos municípios por meio do Fundo para a Infância e Adolescência (FIA).
A Prefeitura de Óbidos realizou uma cerimônia para o recebimento do recurso, que reuniu representantes da MRN, autoridades, representantes de entidades não governamentais e representantes do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA). “Para a MRN, é extremamente importante participar desse investimento via Fundo da Infância e Adolescência, porque é um recurso direcionado para ações que trazem resultados de impacto social positivo para o município. São projetos realizados no contraturno escolar, de cultura, reforço escolar e esporte, que fortalecem a educação formal, atuando na proteção básica deste público e da família como um todo”, destacou Claudia Belchior, gerente do Departamento de Relações Comunitárias da empresa. Ao todo, estima-se que os recursos irão beneficiar 3.328 crianças e adolescentes atendidos pelos projetos parceiros nos quatro municípios.
Para Jaime Silva, prefeito de Óbidos, o recebimento da doação significa uma relação de confiança entre o município e a MRN. “Eu estou muito feliz porque são recursos significativos para que possamos reforçar projetos sociais, então queremos aproveitar a oportunidade para agradecer a empresa por essa ajuda que, com certeza, nos auxiliará na execução das políticas públicas para nossas crianças e adolescentes obidenses”, disse.
Crianças atendidas pelos Projeto Sementes Pauxis, que atua na prevenção do uso de drogas por meio das artes marciais, e alunos da Escola de Música Manoel Rodrigues, se apresentaram durante a cerimônia. A secretária de Desenvolvimento Social de Óbidos, Aldanete Farias, ressaltou que a efetivação de políticas públicas tem sido um desafio em virtude de dificuldades no recebimento de verbas para a área. “Com certeza esses recursos, por meio do FIA, vão somar para que possamos ofertar com qualidade ações que visam a promoção e a proteção de nossas crianças e adolescentes”.
FIA
Autorizado pela Lei Federal nº 8.069/1990, o Fundo para a Infância e Adolescência (FIA) é uma importante ferramenta criada para captação e aplicação de recursos financeiros destinados especificamente para a área da infância e adolescência. Os valores arrecadados são geridos pelos Conselhos Municipais e Estaduais dos Direitos da Criança e do Adolescente, que deliberam a destinação de acordo com a política de atendimento, programas e ações a serem implementadas em cada município.
Programa leva educação e qualificação profissional a comunidades do Trombetas
Criada em junho do ano passado, a iniciativa da MRN em parceria com o Centro de Estudos Sociais Interestadual já formou 75 profissionais
Acompanhar a construção da casa própria, que já está na fase de acabamento, faz a bombeira civil Josiane Monteiro, da comunidade quilombola Boa Vista, localizada no município de Oriximiná, oeste do Pará, relembrar os desafios superados para alcançar esse sonho. “Eu estava desempregada quando o projeto trouxe para nossa comunidade o curso de Bombeiro Civil. Quando tentei fazer uma época atrás, esse mesmo curso, por outra instituição, me falaram que eu não passaria nos testes pelo fato de eu ser baixinha. Dessa vez, eu disse que tentaria, pois aprenderia alguma coisa. E foi aí que tudo deu certo”, comemora.
Josiane está entre os 75 profissionais qualificados por meio dos cursos oferecidos pelo Projeto Educação no Trombetas, uma parceria da Mineração Rio do Norte (MRN) com o Centro de Estudos Sociais Interestadual (CESI), que leva educação básica e qualificação profissional às comunidades.
“É uma estratégia ampla, na qual nos conectamos com as comunidades e com as demandas delas, porque acreditamos que o maior legado que podemos deixar para esses comunitários é a educação, além de uma formação profissional para que se preparem para oportunidades do mercado”, explica Jéssica Naime, gerente geral de Relações Comunitárias.
O projeto começou a ser articulado em junho de 2022 e, desde o mês de agosto, já formou 19 profissionais de Solda e Vulcanização, 24 operadores de equipamentos de mineração e 32 bombeiros civis, somando 75 pessoas no total.
Segundo Marcela Acioli, coordenadora local do CESI, o projeto foi uma resposta ao aumento do desemprego observado durante a pandemia de Covid-19. No total, 198 moradores, divididos entre as comunidades Ajudante, Aldeia Mapuera, Boa Vista, Maria Pixi, Moura, Tapagem e Último Quilombo, foram atendidos. A meta agora é ampliar o número de estudantes. “Tem sido uma parceria de sucesso, pois já estamos colhendo os frutos do projeto”, conta.
Conhecimento
O Projeto Educação no Trombetas está organizado em três eixos de atuação. Na modalidade Elevação de Escolaridade, é ofertado um curso preparatório para o Exame Nacional de Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja), destinado a estudantes e/ou trabalhadores que não concluíram o Ensino Fundamental e o Ensino Médio. Já nas modalidades Cursos Livres e Formação e Qualificação Profissional, o objetivo é gerar renda, seja preparando as pessoas para vagas oferecidas pela MRN e empresas da região ou para terem seu próprio negócio.
Para cada comunidade, foram pensadas estratégias especificas, baseadas em pesquisas realizadas pela Universidade Federal Fluminense (UFF) – Campus Oriximiná, junto às lideranças comunitárias. Atualmente, 20 comunitários estão matriculados no curso de Corte e Costura, 40 no curso de Panificação e 63 no preparatório para o Encceja, com formações previstas para fevereiro, março e agosto, respectivamente.
Oportunidades
Josiane Monteiro não pensou duas vezes quando se inscreveu em um dos cursos. Aos 42 anos de idade, ela atua como bombeira civil em Porto Trombetas e tem orgulho da própria trajetória. Em poucos meses de trabalho, ela participou de primeiros socorros a resgates em altura e em locais confinados. “O que eu mais gosto é ver que o aprendizado continua. Todo dia é uma coisa nova. Hoje, trabalhando como bombeira civil, eu vejo o quanto a profissão é importante”, ressalta. Além de ajudar na construção da casa própria, Josiane conta que a formação gerou alívio para as contas da família. “Eu sou muito grata a esse projeto porque hoje eu posso ajudar meu esposo. Eu indico e dou a maior força para as pessoas que querem fazer o curso”.
Outro quilombola que também viu no projeto uma porta de entrada para oportunidades foi o jovem Carlos Eduardo Campelo de 19 anos. No curso de Panificação, se planeja para abrir seu próprio negócio. “Os desafios sempre têm, mas a gente consegue superar. É muito bom conhecer e aprender coisas novas, e o curso tem sido excelente”. Ele conta que não vê a hora de aplicar os conhecimentos adquiridos, mas que reconhece a importância de se aperfeiçoar. “Temos muitos sonhos, mas quero primeiro suprir as necessidades. Daí ir crescendo cada vez mais. Ser um profissional, ensinar outras pessoas, ajudar”, ressalta.