Warning: Creating default object from empty value in /var/www/html/mrn.com.br/components/com_content/views/category/tmpl/default_noticias.php on line 18
Last News
Audiências Públicas do Projeto Novas Minas da MRN têm datas definidas
Em processo de licenciamento ambiental, projeto vai garantir a continuidade operacional da empresa por mais 15 anos no oeste do Pará
Com o objetivo de apresentar aos moradores da região, comunidades e instituições, o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) do Projeto Novas Minas (PNM), empreendimento requerido pela Mineração Rio do Norte (MRN), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), agendou, para o mês de maio, as datas das Audiências Públicas (AP).
A primeira delas será dia 8 no município de Faro, a segunda no dia 10, em Terra Santa, e a terceira no dia 12, em Oriximiná.
As audiências públicas estão entre as etapas do processo de licenciamento ambiental e são fundamentais para que a sociedade conheça mais detalhes sobre o empreendimento, tire dúvidas e faça contribuições. Por estar localizado no interior de uma unidade de conservação federal, a Floresta Nacional (Flona) de Saracá-Taquera, o processo de licenciamento do PNM é acompanhado pelo Ibama.
Com o projeto, que soma investimentos de aproximadamente R$ 900 milhões, além da geração de divisas e tributos para os municípios de Oriximiná e Terra Santa, a cidade de Faro também passará a receber recursos decorrentes da atividade mineral do projeto.
O PNM prevê a operação em cinco novos platôs: Rebolado, Escalante, Jamari, Barone e Cruz Alta Leste, prolongando suas atividades em mais 15 anos, de 2027 a 2042.
Serviço
O quê: Audiências Públicas do Projeto Novas Minas da MRN
Horário: 9h
Onde/Quando: Dia 8 de maio, no Clube Chamego em Faro; 10 de maio, no Salão Paroquial Santa Isabel em Terra Santa e 12 de maio, no Cliper Santo Antonio em Oriximiná;
Mais informações: www.mrn.com.br/projetonovasminas
Orquestra leva música clássica para comunidades quilombolas e ribeirinhas, em Oriximiná
Às margens do rio Trombetas, iniciativa oferta cursos gratuitos de viola e violino para mais de 100 alunos
No silêncio do dia, em uma das salas do Colégio Equipe, no distrito de Porto Trombetas, município de Oriximiná, no oeste do Pará, falas instrutivas intercaladas com a afinação de notas agudas e estridentes, que muito lembram um instrumento de cordas, anunciam que as aulas de violino já começaram. São as turmas do projeto Orquestra Maré do Amanhã, apoiado pela Mineração Rio do Norte (MRN), por meio da Lei Rouanet de Incentivo à Cultura. Dos 105 alunos selecionados para participar do projeto, 47 são das comunidades Ajudante, Boa Vista e Moura.
Entre os selecionados do curso de violino, está Camila Siqueira, da comunidade Boa Vista. A rotina da estudante que se prepara para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é dividida entre livros e partituras. “Eu acredito que todo mundo nasce com uma relação com a música. Alguns, claro, preferem se aprofundar. Eu desde criança sempre tive vontade de tocar violão e, quando surgiu a oportunidade de tocar violino, eu logo pensei: ‘por que não?’”, relata.
“Ela tem um objetivo”, destaca a mãe Izonilda Siqueira. A inspetora escolar conta que tem incentivado a filha porque sabe que as oportunidades de hoje são bem diferentes das que ela teve no passado. “Eu não tinha terminado meu Ensino Fundamental, então terminei meus estudos para mostrar a eles que a educação é muito importante”, declara.
Basta atravessar o rio Trombetas para ver que os instrumentos clássicos também têm entoado sonhos no coração do adolescente Renato Figueira. Da Escola Nova Israel, na comunidade Ajudante, o estudante de 14 anos conta que a música o acompanha desde a infância. Começou pelo objetivo de tocar bateria, passou pelo violão e hoje está no aprendizado da viola. A meta agora é descobrir novos caminhos no universo da música clássica, deixando a família ainda mais contente. “Desde a primeira aula, tem sido muito bom. Aprendi os nomes das cordas e o jeito certo de pegar o instrumento. Minha expectativa é de conquistar muito mais e dar orgulho para o meu pai e a minha mãe”.
Mal sabe ele que a mãe, a vendedora Sara Lima, já está toda orgulhosa. E ela entende que para que esses sonhos sejam transformados em realidade, estar ao lado dele é fundamental. “Eu sempre digo: ‘aproveite enquanto estou aqui’. Minha mãe nunca foi ausente, mas somos 10 filhos e ela passava boa parte do tempo trabalhando. Quero dar a ele o que eu não tive”, afirma.
Além dos muros da escola
Com a pandemia da Covid-19, a defasagem de aprendizagem foi uma das heranças deixadas nas escolas, e na comunidade Lago Ajudante não foi diferente. O diretor da unidade de ensino, Edmilson Pereira, explica que projetos como o Orquestra Maré do Amanhã possibilitam o resgate do interesse dos alunos pela aprendizagem. “São iniciativas que têm ajudado as crianças nessa recuperação e desenvolvimento. É o que nós temos observado e discutido em nossas reuniões pedagógicas, o que contribui para pensarmos em alternativas para trazer esses alunos à rotina dos estudos”, comenta.
Matheus Silvestre, professor e coordenador regional do projeto Orquestra Maré do Amanhã – Núcleo Porto Trombetas destaca que os aprendizados estão além dos instrumentos. Segundo ele, a boa relação com os alunos e com os pais se faz necessária durante o processo. “É motivar o aluno e incentivar que o pai também o motive, para que ele possa confiar no professor, sabendo o que os pais estão apoiando. Pregamos o respeito, o saber ouvir e quando falar, além de dar valor ao que está sendo ensinado”, pontua.
Entre mares e rios
O Projeto Orquestra Maré do Amanhã nasceu no Rio de Janeiro (RJ), em 2010. Uma iniciativa de Carlos Eduardo Prazeres, com o objetivo de manter vivo o sonho do pai, o maestro Armando Prazeres, de “Transformar vidas através da música”, já musicalizou um total de 3.500 crianças, adolescentes e jovens. No decorrer dos anos, o projeto já se apresentou em diferentes partes do Brasil e pelo mundo, como na Orquestra Binacional Brasil X Venezuela, no Festival Villa-Lobos, com o conceituado El Sistema, em Caracas. Após seleção em edital de aportes da MRN, a Orquestra Maré do Amanhã desembarcou em Porto Trombetas no ano de 2020.
Este ano, o projeto inicia as atividades, levando o ensino da música clássica às margens do rio Trombetas, o que reforça o objetivo da MRN em ampliar as oportunidades de desenvolvimento para as comunidades as quais a companhia tem interface em vários eixos temáticos, incluindo a cultura. “Ao trazer essa importante parceria, entendemos que os alunos têm a possibilidade de desenvolver tanto suas habilidades artísticas quanto sociais. Nós acreditamos que a educação é o nosso maior legado e conectar o desenvolvimento com a educação e dar ferramentas para que os povos amazônidas se desenvolvam ainda mais, a partir de suas próprias perspectivas, é extremamente satisfatório”, pontua Bianca Bentes, analista de Relações Comunitárias da MRN.
MRN recebe comunidades em suas operações
Iniciativa faz parte do Programa de Visitas e objetiva apresentar o fluxo sustentável da empresa na região, além de possibilitar o esclarecimento de dúvidas
Apresentar de maneira didática e transparente cada etapa do ciclo sustentável da mineração de bauxita. Esse é um dos objetivos do Programa de Visitas de Comunidades, promovido pela Mineração Rio do Norte (MRN). Durante a ida às instalações da empresa sediada no distrito de Porto Trombetas, município de Oriximiná, oeste do Pará, os comunitários têm a oportunidade de conhecer e tirar dúvidas sobre lavra, tecnologias empregadas no monitoramento de barragens e o reflorestamento em áreas mineradas.
“Essas visitas são realizadas mensalmente. Trazemos não apenas os comunitários vizinhos às nossas operações, mas também os familiares dos empregados. É um momento muito especial no qual eles podem ver e sentir o que fazemos aqui, entendendo todo nosso fluxo operacional e conhecendo de perto nossas práticas sustentáveis”, explica Jaiane Queiroz, analista de Comunicação e líder do Programa de Visitas com as Comunidades.
Na primeira visita de 2023, participaram as comunidades Alema e Cabeceira dos Claudios, ambas do município de Terra Santa. A pescadora Ariane Barbosa, da comunidade Cabeceira dos Claudios, conta que é a terceira vez que participa das visitas, mas destaca que a cada retorno é um novo aprendizado. “Nós sempre somos muito bem recebidos. Para mim, essa visita é muito importante porque mesmo já conhecendo alguns setores, foi a primeira vez que eu pude conhecer mais sobre o horto onde as árvores do reflorestamento vão sendo cuidadas, além da área de barragens que é algo que sempre temos dúvidas e nessa oportunidade de visita recebemos muitos esclarecimentos”, relatou Ariane.
Quem também se encantou com as mais de 620 mil mudas das 130 espécies distribuídas no Viveiro Florestal da empresa foi Zaira Malheiros, moradora da comunidade Alema. Ela diz que é importante entender como a bauxita é extraída e como é feito o reflorestamento. “Foi a área que eu mais gostei. Eu não sabia a maneira correta do plantio da castanha-do-pará, por exemplo, e todos ficaram muito atentos à explicação porque precisamos saber como cuidar da natureza”, destacou.
E foi nessa oportunidade que Francisco Ferreira, coordenador da comunidade Alema, conheceu de perto a sede da MRN. Ele contou que já tinha informações sobre a empresa por meio das reuniões prévias promovidas do Projeto Novas Minas (PNM), empreendimento de continuidade operacional da companhia em fase de licenciamento ambiental.
“É muito importante estarmos aqui porque podemos contar o que vimos para aqueles que ainda não vieram. Minha dúvida maior era sobre a floresta, em como ela retornaria ao mais próximo do que era. E no Viveiro Florestal entendemos como a empresa tem feito o reflorestamento na região. Muitas vezes eu posso não ver, mas meus filhos, meus netos no futuro verão”, relatou.
Transparência e Relacionamento
Há mais de 20 anos, a MRN promove o Programa de Visitas, uma iniciativa que busca fortalecer o relacionamento com comunidades quilombolas e ribeirinhas, além de reforçar a transparência e o compromisso da empresa com uma mineração sustentável. Durante as visitas, os comunitários recebem ainda, orientações quanto ao Plano de Ação de Emergência para Barragens de Mineração (PAEBM).
“Nós acreditamos no poder e na força do diálogo e da transparência. Então nós estamos aqui para que as pessoas vejam e vivenciem tudo de perto. Percebam que estamos trabalhando aqui com segurança, integridade, responsabilidade e bastante focados na sustentabilidade. Nada é programado, as pessoas chegam e veem os empregados da MRN no dia a dia deles e a operação como ela é”, compartilha Karen Gatti, gerente geral de Comunicação da MRN.
Auditorias atestam compromisso da MRN com mineração sustentável
Resultados demonstram que a empresa tem atendido os requisitos normativos internacionais
A Mineração Rio do Norte (MRN) concluiu a auditoria de recertificação baseada nas normas ISO 14001, que envolve iniciativas de proteção ao meio ambiente e ISO 45001, que abrange segurança e saúde ocupacional dos empregados. O resultado demonstrou que a empresa atendeu os requisitos normativos, bem como os requisitos legais, recebendo assim a recomendação para a recertificação. O processo de auditoria independente foi realizado pelo organismo internacional de certificação Bureau Veritas Certification (BVC) e analisou a conformidade dos processos que compõe o escopo do Sistema Integrado de Gestão (SIG).
“É uma auditoria fundamental porque além de verificar essa conformidade do SIG em relação aos requisitos ambientais, de segurança e de saúde ocupacional estabelecidos, verifica ainda o atendimento aos requisitos legais aplicáveis, o desempenho do Sistema de Gestão da empresa e a identificação de potenciais melhorias”, explica Wvagno Ferreira, gerente geral de Desempenho e Risco.
Dentre os pontos destacados na auditoria de recertificação estão a participação elevada do nível gerencial, a organização e limpeza das oficinas de manutenção, a gestão adequada de resíduos industriais e o forte comprometimento com a preservação ambiental. Wvagno Ferreira destaca ainda que, nos últimos dois anos, a MRN implementou os critérios do Padrão de Performance desenvolvido pela Aluminium Stewardship Initiative (ASI), certificação voluntária da cadeia do alumínio, integrando os mesmos ao seu próprio sistema de gestão.
“Com essa integração, passamos a ter uma auditoria externa que é realizada pelos auditores credenciados da própria ASI o que comprova o desempenho da empresa e sua conformidade com os princípios ESG (Environmental, Social and Governance ou Ambiental, Social e Governança, em tradução livre), que também contempla o atendimento das normas ISO 14.001:2015 e ISO 45.001:2018”, aponta o gestor.
Primeiro embarque ASI-CoC
Além do resultado positivo da auditoria, a MRN também celebra a recertificação no padrão ASI Performance Standard e o reconhecimento no padrão de Cadeia de Custódia (CoC) da ASI, conquistado em fevereiro deste ano. O selo ASI-CoC estabelece requisitos para a manutenção de uma Cadeia de Custódia à cadeia do Alumínio que vai desde a extração da bauxita até o alumínio final.
A gerente do departamento de Vendas, Christiane Lisboa, ressalta que as certificações atestam o compromisso da MRN com a mineração sustentável e que o documento intitulado de Bauxite Certificate passa a ser enviado em todos os embarques de seus clientes também certificados no padrão ASI-CoC, atestando a origem do produto. “Por meio da certificação no padrão ASI-CoC, a empresa reforça seu compromisso com uma produção e fornecimento sustentáveis, seguindo os mais altos padrões internacionais e agregando valor à toda cadeia do alumínio.”
Projeto forma 135 comunitários em Oriximiná
Iniciativa, conduzida pela MRN em parceria com o CESI, é voltada para capacitação profissional e elevação escolar de comunidades quilombolas e ribeirinhas
Alegria e emoção marcaram a formatura dos alunos dos cursos ofertados pelo Projeto Educação Pelo Trombetas, conduzido pela Mineração Rio do Norte (MRN) em parceria com o Centro de Estudos Sociais Interestadual (CESI). A cerimônia foi realizada no Cineteatro de Porto Trombetas, município de Oriximiná, oeste do Pará. No total, 135 alunos dos cursos de Bombeiro Civil, Corte & Costura, Operador de equipamentos de mineração, Panificação e Vulcanização foram certificados.
O projeto começou a ser articulado em junho de 2022 e, desde o mês de agosto, já formou 19 profissionais de Solda e Vulcanização, 24 operadores de equipamentos de mineração e 32 bombeiros civis, somando 75 pessoas no total. Professor no curso de Bombeiro Civil, foi a primeira vez que João Paulo Souza atuou junto às comunidades como instrutor. Um desafio que ele se diz grato ao ver os alunos formados. “O que eu mais destaco na formação dos alunos é o trabalho em equipe, que é algo essencial para quem pretende atuar como bombeiro civil”, afirmou.
O sentimento de gratidão é compartilhado pela agricultora Telma Batista, que não escondeu a emoção ao presenciar a filha Laiane Ferreira recebendo a certificação. Segundo a mãe, os desafios não têm limitado as conquistas da filha que tem deficiência auditiva. “Por onde ela entra, ela luta e conquista os objetivos. E o fato de ela ser uma pessoa com deficiência não tem impedido que os sonhos dela também se concretizem. Minha filha já está no ensino superior, tira boas notas, então minha alegria é imensa”, relatou.
Da comunidade Lago do Ajudante, aos 25 anos, Laiane Ferreira está se graduando em Matemática. Fez o curso de Corte & Costura porque se diz muito interessada e pretende se aprofundar ainda mais na área. “Eu me sinto muito realizada por saber que minha deficiência não me impede de realizar o que quero. Minha mãe sempre acreditou que eu sou capaz de fazer qualquer coisa, de conquistar os meus sonhos”, disse.
Quem também prestigiou o evento foi o cacique geral da Aldeia Mapuera, Elizeu Rodrigues, da etnia Wai Wai. Além de compor a mesa da solenidade, ele parabenizou os familiares que receberam a certificação do curso de Bombeiro Civil. “Essa é uma grande vitória dos povos indígenas, que sempre têm lutado pela educação. Isso é muito importante para nós”, garantiu.
Voluntário do CESI, o professor e pesquisador Marcelino Conti participou da solenidade e destacou a importância dos cursos para transformar histórias em Oriximiná. “Com esse projeto, nós colocamos em prática a teoria da mudança, que sempre passa pela educação. Nós usamos o nosso jeito amazônida para agregar valor e transbordar prosperidade, porque os cursos proporcionam qualificação profissional, emprego, renda e dignidade para os nossos comunitários”, disse.
“Esse momento é muito especial e só foi possível pelo esforço e dedicação de cada um dos estudantes. É um momento muito importante, pois significa esperança para todos nós, em especial para a MRN porque o investimento em educação é um valor nesta empresa. Nós acreditamos que a educação transforma a vida das pessoas. Esse é o legado que a empresa vai deixar com a sua atividade aqui”, destacou Vladimir Moreira, diretor de Sustentabilidade e Jurídico da companhia.
Educação e Qualificação
O Projeto Educação Pelo Trombetas está organizado em três eixos de atuação. Na modalidade Elevação de Escolaridade, é ofertado um curso preparatório para o Exame Nacional de Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja), destinado a estudantes e/ou trabalhadores que não concluíram o Ensino Fundamental e o Ensino Médio. Já nas modalidades Cursos Livres e Formação e Qualificação Profissional, o objetivo é gerar renda, seja preparando as pessoas para vagas oferecidas pela MRN e empresas da região ou para terem seu próprio negócio.
Projeto solta cerca 80 mil filhotes de quelônios em Terra Santa e Oriximiná
Em 24 anos, iniciativa já devolveu 6 milhões de espécimes à natureza
Pouco a pouco, centenas de milhares de filhotes de quelônios ganharam os rios da Amazônia. O trabalho é resultado do Projeto Pé-de-Pincha, desenvolvido há 24 anos pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM) em 31 comunidades de Oriximiná e Terra Santa, no oeste do Pará. A iniciativa conta com a parceria da Mineração Rio do Norte (MRN). Na temporada de soltura de 2023, realizada este mês, já foram soltos mais de 58 mil filhotes em Oriximiná e mais 19 mil no Lago do Piraruacá, na Fazenda Aliança, em Terra Santa.
“O Pé-de-Pincha é um projeto de conservação de base comunitária e que vem na esteira do desenvolvimento sustentável. Então você tem uma prática que é ecologicamente correta, que permite que as comunidades que moram na região possam participar desse processo de proteção de seus recursos naturais”, explica o engenheiro agrônomo e coordenador do projeto pela UFAM, Paulo César Andrade.
Dentre os voluntários que contribuem para essa força tarefa está a empreendedora Rutineia Almeida. Ela conta que, durante os cinco anos que morou no entorno do Lago do Piraruacá, executou diferentes tarefas pelo projeto. Hoje, ela segue como voluntária e se diz grata aos conhecimentos adquiridos até aqui. “O projeto me fez crescer como pessoa. É como se fosse a minha segunda família. Eu digo sempre que o voluntário é alguém escolhido por Deus para fazer coisas que a maioria das pessoas não quer fazer. Então ele me escolheu”, afirma.
Esmeraldo Cunha é um dos primeiros voluntários da iniciativa em Terra Santa. Ele conta que um dos principais desafios foram os julgamentos por parte daqueles que consomem as espécies. “Se nós não cuidarmos hoje, eu acho que as futuras gerações vão sentir muita falta. Eu participo tanto dessa área quanto do Amazonas e eu sei que às vezes nos deparamos com dificuldades, mas isso é que nos dá força para não desistir”, relata.
Multidisciplinar
O Projeto Pé-de-Pincha já introduziu mais de 6 milhões de filhotes de quelônios na natureza, como tartarugas-da-amazônia, irapuca, tracajá e pitiús, estimulando a conservação das espécies por meio do manejo participativo. A iniciativa é ampla, abrangendo 118 comunidades de 18 municípios entre o Amazonas e o Pará.
“Cada município tem um coordenador técnico de campo e a UFAM atua na coordenação geral, tanto na parte administrativa quanto na parte técnico-científica. Então o serviço ambiental que o colaborador voluntário ou o monitor de praia prestam para o ecossistema da Amazônia é muito maior do que o trabalho da proteção de praia em si”, ressalta Paulo Andrade.
Há 17 anos como professora no município de Terra Santa, Kelen Cristina Bentes atua como coordenadora local do Pé-de-Pincha e conta que tem levado a missão do projeto para a sala de aula. “O consumo do ovo do tracajá faz parte da cultura alimentar da nossa região, por isso é muito cobiçado. Nosso trabalho de preservar esses ovos é uma questão de amor. Para sensibilizar um idoso é difícil, mas se você começar a trabalhar na base, com as crianças, é muito mais fácil. Então eu tenho trabalhado com eles que não devemos comer, mas preservar”, afirma.
Experiências
Dentre os 253 participantes que acompanharam a soltura dos filhotes estava a dona de casa Ana Lúcia Bentes. “Se não fossem esses projetos, não teríamos mais tracajás. Então, quanto mais comunidades fizerem, melhor vai ser para todos”, acredita.
“É muito lindo ver como isso tem reunido várias instituições. As comunidades, os representantes da própria mineradora e dos outros patrocinadores. Então é possível ver algo maior que qualquer coisa. É o mundo, é ecossistema”, completa a estudante Lene Ferreira.
Segundo Genilda Cunha, coordenadora do projeto Pé-de-Pincha pela MRN, a iniciativa simboliza a união, uma vez que, durante todo o ano, várias partes envolvidas se mobilizam e, de diferentes formas, contribuem para o bom andamento das atividades. “Nessa rede de dedicação, amor e esforço pela conservação do meio ambiente, todos contribuem para um território mais sustentável, uma vida em harmonia com a natureza e um despertar de um olhar diferenciado para o meio ambiente e para os sistemas interligados da biodiversidade”, destaca.