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Com nova central, MRN consolida sua posição diferenciada na gestão dos resíduos industriais
A Mineração Rio do Norte (MRN) investe forte na gestão dos resíduos industriais gerados em seus processos. Com a criação da Central de Resíduos Industriais Descartados (CRID), a empresa consolida sua gestão robusta na área de resíduos. Nela, são concentrados todos os resíduos sólidos industriais gerados pelas áreas operacionais, e que são administrados em diferentes etapas e processos.
O espaço é planejado e ajustado à operação, com foco em aumentar a qualidade da gestão, e contempla diferentes etapas, como segregação, armazenamento e destinação que facilitam a redução, reutilização e reciclagem de resíduos, além da redução do volume a ser tratado ou disposto. A CRID considera, inclusive, as peculiaridades da logística da MRN, que opera distante dos grandes centros que recebem, reciclam ou reutilizam os resíduos. Todas essas ações acabam por incentivar novas cadeias de valor, e possibilitam a visão sistêmica na gestão dos resíduos, considerando as variáveis ambiental, social, cultural, econômica, tecnológica e de saúde pública, conforme preconiza a legislação federal.
De acordo com Dayane Moreira, engenheira ambiental da área de Licenciamento e Controles Ambientais da MRN, o espaço foi desenvolvido para se somar a um trabalho intenso já desempenhado pela empresa por meio do Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, realizado desde 2010. “O programa atende à Política Nacional de Resíduos Sólidos, instituída pela Lei Federal nº 12.305/2010, com a aplicação de boas práticas na coleta e transporte interno, no armazenamento temporário e na coleta e transporte para destinação externa dos resíduos. A CRID aprimora esse processo e contempla várias etapas, para melhor gestão e controle como pesagem, checagem, triagem, preparação e armazenamento temporário dos resíduos industriais”, aponta.
“A partir disso, realizamos a formação dos lotes, de acordo com a tipologia, e damos a destinação adequada. Há um controle e monitoramento total dos resíduos industriais, por meio de uma equipe administrativa, que acompanha os processos do gerenciamento, desde a gestão interna até a gestão externa, incluindo a homologação dos fornecedores e certificação das cargas. Todo esse processo minimiza riscos ambientais e sociais relacionados a destinação inadequada dos resíduos sólidos”, complementa a profissional.
Segundo Marco Antônio Fernandez, gerente geral da área de Licenciamento e Controles Ambientais, a MRN trabalha continuamente estratégias relacionadas à gestão de resíduos sólidos industriais, com o intuito de expandir uma mudança cultural, com foco em um manejo de seus resíduos industriais cada vez mais sustentável. “Em 2021, foram destinadas 4.877 toneladas de resíduos industriais para reciclagem, reprocessamento ou reuso, o que corresponde a 99,8% da produção, garantindo assim, uma aplicação sustentável a esses materiais. É um trabalho feito a partir das ações de conscientização ambiental nas áreas operacionais, assim como, de uma boa gestão voltada à redução da produção de resíduos e à aplicação de tecnologias no controle desses materiais”, destaca.
Entre as metas de 2022, a MRN planeja promover em torno de 1.000 ações, como inspeções ambientais, encontros, campanhas, utilização de técnicas e metodologias, entre outros, relacionadas à gestão de resíduos. “Queremos atuar com metas para reduzir no mínimo 10% da quantidade de resíduos industriais gerados. Vamos manter as taxas de 99% de destinação para reciclagem ou reaproveitamento e 1% descartados via incineração ou aterro sanitário”, complementa Marco Antônio.
Ações sustentáveis
O novo espaço conta com instalações administrativas como escritório, estacionamento, vestiário e área de vivência, bem como instalações operacionais como balança rodoviária com capacidade para 80 toneladas; galpão de checagem, triagem e preparação de cargas; galpão de armazenamento de resíduos classe I- perigosos e classe II- não perigosos, estabelecidos pela norma NBR 12.235; reservatório de água pluvial; reservatórios de água potável e incêndio, sistema de drenagem pluvial, entre outros, com uma área total de 9.400 m². Possui, ainda, sistema de monitoramento de câmeras, sistema de detecção e combate a incêndio e dois separadores de água e óleo.
“Para chegarmos à construção do espaço, passamos antes por etapas importantes como o entendimento das necessidades da área cliente, o desenvolvimento das engenharias, a obtenção de anuência do IBAMA e a defesa de um investimento de R$38 milhões. As instalações foram pensadas considerando todo o processo preventivo de manuseio do resíduo industrial, com medidas efetivas, interligando nossas ações sustentáveis com normas vigentes, com o objetivo de otimizar e agilizar o processo de gerenciamento dos resíduos”, explica Raphael Cadinelli, gerente geral de Projetos e Obras da MRN.
Mulheres conquistam espaços antes ocupados exclusivamente por homens
No setor mineral, por exemplo, a meta é atingir 35% de mulheres contratadas até 2030
Segundo dados divulgados durante a “Semana de Diversidade e Inclusão da Mineração do Brasil”, realizada pelo Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), até agosto de 2021, havia 17% das mulheres atuando no setor. Um diagnóstico preocupante, que levou o instituto a estabelecer ações para incentivar a presença feminina na mineração. A meta é atingir 35% de mulheres contratadas até 2030. Um desafio já abraçado por muitas mineradoras, inclusive no Pará.
E é exatamente na conexão com a floresta e uma mineração sustentável que elas vão ampliando sua presença e conquistando oportunidades e reconhecimento. No distrito de Porto Trombetas, no município de Oriximiná, está localizado o empreendimento de bauxita da Mineração Rio do Norte (MRN), que nos últimos dois anos ampliou de 6,6% para 9,2% a participação de mulheres. Na empresa, elas dão um importante recado ao mundo atuando em diversas frentes: administração, operação, segurança, meio ambiente, gestão de pessoas e muitas outras áreas.
Natalina Couto é exemplo disso. Sua própria trajetória profissional traduz e acompanha a evolução e a ocupação de espaços pelo público feminino. Em 1996, iniciou como estagiária na Mineração Rio do Norte para concluir a parte prática do curso técnico em Eletrônica, que fazia em Belém. Três anos depois, ela se tornaria a primeira mulher a trabalhar na Operação de Secagem da MRN. “Sem dúvida, este foi o primeiro desafio que precisei enfrentar e que oportunizaram o meu desenvolvimento profissional, foi importante percorrer por esse processo para construir uma projeção de carreira sólida embasada na conduta e ética profissional. E minha recomendação às mulheres é que isso não seja um bloqueio, mas que seja algo a ser superado para alcançar outros patamares e sonhos almejados. Ao agir dessa forma equilibrada, mostrando segurança e confiança no meu trabalho, as próximas etapas foram ocorrendo de forma proporcional e sistemática. Fui me desenvolvendo e ganhando espaço dentro da empresa. Entrei como operadora, depois fui técnica de controle de operações e, em seguida, técnica de controle de turno. Por último, em 2015, fui promovida à gerente técnica da área operacional de Secagem”, relata.
A liderança também foi um desafio para ela, pois alguns paradigmas precisavam ser quebrados. “Quando você olha para trás e ver toda uma trajetória que teve que percorrer, ali você para e pensa: e agora? Eu me perguntei se ia dar conta. Mas logo veio o pensamento: se não tentar fazer, não vou saber. Logo eu mesma respondia ao meu questionamento, chegando à conclusão que era possível sim gerenciar um processo tão relevante da MRN que me proporcionaria outras habilidades específicas e competências profissionais. Entendi que as dificuldades e adversidades ao longo dessa jornada precisavam ser compreendidas como oportunidade de constante evolução profissional. Inspiro as minhas colegas de trabalho que as barreiras apresentadas precisam ser enfrentadas com determinação e profissionalismo para o nosso próprio crescimento em qualquer instância, caso desistamos, jamais iremos conhecer a força e o talento que temos, quando se tem garra e se quer fazer a diferença, tudo é possível”, acredita.
Com a engenheira Hellen Cristina Souza não foi diferente. Ela teve que quebrar tabus e vencer preconceitos desde a universidade. Dos 40 alunos do curso de Engenharia Mecânica, era a única mulher. “Eu ainda vivi um pouco de repreensão por ser mulher. Lembro que as pessoas sempre tentavam me induzir para fazer Humanas porque era coisa de mulher. Mas eu adorava matemática e comecei a me apaixonar pela Engenharia. Isso mostra que é importante não deixar com que a nossa força de vontade seja medida por outras pessoas. Temos que ser firmes e fortes e nos impor, valorizar o que fazemos. Isso vai fazer o diferencial para conquistarmos o nosso espaço. E para ampliar as oportunidades também me formei em Engenharia Ferroviária”, afirma.
Desde 2021, ela faz parte do quadro de profissionais da MRN e literalmente tem a missão de deixar a empresa no trilho. Hellen lidera uma equipe que é responsável pela manutenção diária dos 27 quilômetros de linha férrea da empresa. “Consigo fazer o meu trabalho de igual para igual, independente de gênero. Os desafios são diários e até maiores para a mulher, pois temos que conciliar vários turnos. Sou mulher, esposa e tenho uma filha. Para equilibrar tudo isso é um desafio diário e nós mulheres devemos conciliar isso muito bem para atuar de forma profissional. Agradeço a MRN por toda sensibilidade e pela forma com que nos proporciona condições também para manter nossas atividades e ter um tempo de qualidade com a nossa família”, declara.
Em comum, essas duas profissionais têm sonhos e querem não só ampliar horizontes, mas inspirar muitas outras mulheres a ocupar o lugar que elas desejam. “Meu sonho é conseguir me desenvolver mais na minha área. Pessoalmente, meu sonho é construir junto com a minha filha um mundo melhor para as mulheres”, diz emocionada Hellen. “Meu sonho profissional é ingressar em uma nova formação com o objetivo de desenvolver outras habilidades profissionais nas quais possam construir algo para as mulheres e assim plantar pequenas sementes para que despontem mais à frente. Quero deixar esse bom legado. Fora da mineração, tenho o objetivo de conduzir e desenvolver projetos sociais com foco na área da Educação e da cultura, já que sou formada também em Pedagogia”, revela Natalina.
Reconhecimento e valorização
As empresas de uma forma geral despertaram para a valorização de talentos femininos e hoje buscam imprimir políticas afirmativas para ampliar a equidade de gênero e possibilitar espaços de inserção para as mulheres. “Nos últimos anos temos conseguido trazer mais mulheres para o ambiente da mineração. A cada ano, temos investido mais em capacitação e em nosso banco de talentos para termos mais mulheres na operação. Temos investido em vários programas no eixo administrativo, técnico, tecnológico e operacional. Inclusive iniciamos nossa jornada em trazer mulheres como operadoras de equipamentos de mineração e em diversas áreas técnicas e operacionais. Sabemos que temos um longo caminho, mas estamos comprometidos em deixar nosso ambiente cada dia mais diverso e inclusivo", afirma Rogério Junqueira, diretor de Operações da MRN.
Programa de diversidade e inclusão da MRN completa um ano
Para celebrar a data, a empresa realizou o evento on-line “Bora Conversar” com a atriz Denise Fraga, empregados e convidados
Combinar diferentes culturas e proporcionar experiências únicas que agregam valor, promovem a inovação, melhoram a convivência e permitem a troca de aprendizado. Esse é o objetivo do “MRN pra Todos”, programa de diversidade e inclusão da Mineração Rio do Norte (MRN), que neste mês completa um ano. A empresa, que opera bauxita no Oeste do Pará, atua desde 2019 para aumentar a expressividade de gênero, saindo de 6,6% em 2019 para 9,2% ao final de 2021, com foco em aumentar esse número em 2022.
A iniciativa, que busca a evolução de ambientes mais inclusivos e integrados, abrange todo e qualquer gênero, origem étnica, convicções religiosas, orientação sexual, habilidade ou formações diferenciadas, tendo como base a competência do profissional. Além disso, as ações do “MRN pra Todos” estão alinhadas às oito estratégias da Carta Compromisso do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), que pauta a questão da diversidade no setor mineral, e ao Guia de Prevenção ao Assédio Moral e Sexual, ao Bullying, à Discriminação de Gênero e ao Preconceito Étnico-Racial, uma ferramenta criada pela empresa para viabilizar uma rede de apoio e espaço de segurança e integridade.
“Para 2022, temos como estratégia a continuidade no desenvolvimento de nossos empregados por meio de Workshops e Trilha de Diversidade & Inclusão, além de uma Capacitação em Liderança Inclusiva para todos os líderes da empresa, pois por meio do conhecimento estamos liderando e acelerando a transformação almejada com a contribuição de todos. Também ativaremos os Grupos de Afinidade de Gênero, Raça e Etnia, Gerações, PcD e LGBTQIA+ no intuito de criar espaços para que todos se sintam representados através do seu lugar de falar ou como aliados nesse tema. A 1ª Semana da Diversidade e outras agendas de sensibilização também apoiarão para mantermos esse crescimento e alcançarmos as metas para uma MRN mais diversa e inclusiva. Queremos uma sociedade com maior equidade e tornar os nossos profissionais protagonistas desse processo”, destaca Luciane Mello, gerente de Desenvolvimento de Pessoas da MRN e líder do “MRN pra Todos”.
Acolhimento sem preconceitos
Para a assistente administrativa Erivane Santos, 27 anos, pessoa com deficiência auditiva, a evolução da empresa na temática é evidente. Empregada da MRN desde 2012, a profissional percebe esse acolhimento por meio dos espaços para mais conversas. “Cheguei até aqui por meio de uma palestra e análise de currículos especialmente para PcD. Tive preparação durante um ano pela MRN, adquirindo experiência, me capacitando e, em breve, me formo como engenheira de produção. Foi essencial ter essa oportunidade para chegar até aqui. Eu percebi a evolução quando comecei a ter espaço para conversar, para expor minhas necessidades, mostrando minha competência. E, hoje, percebo que a empresa está cada vez mais aberta a todos os PcDs”, comenta.
Yuri Sousa, 34 anos, analista de Comunicação da MRN, faz parte do movimento LGBTQIA+ e, desde 2019, está engajado no “MRN pra Todos”. Para ele, é essencial tornar o ambiente profissional mais diverso, e também, propagar a representatividade de todos os públicos dentro e fora da empresa com propostas e ideias que tornem o programa mais abrangente, além de se ter uma fonte de escuta ativa para sensibilização dos grupos minorizados. “Me sinto muito integrado e motivado com o programa, não só profissionalmente, mas também pessoalmente, porque sinto que a MRN escuta minha voz e apoia minhas ideias. Fico muito feliz que, por meio do “MRN pra Todos”, nosso trabalho ressoa não só na empresa com mais times diversos, como na comunidade, seja promovendo conhecimento e tornando-a parte integrante dos nossos projetos e dos nossos propósitos para que se sinta representada e acolhida. Acredito que esse é um caminho para uma sociedade mais justa e igualitária”, destaca.
O sentimento de acolhimento também é vivenciado por Lenilton de Jesus, analista ambiental na MRN, 37 anos, que há 10 anos faz parte do quadro de profissionais da empresa. Ele é morador da comunidade Moura, localizada no território quilombola Alto Trombetas II, em Oriximiná, e, atualmente, vive no distrito de Porto Trombetas. “É mais motivante trabalhar assim. Já participei de palestras sobre diversidade e acredito que é importante a empresa ter critérios de inclusão bem definidos em vários processos, pois assim conseguimos realmente ver pessoas de diferentes etnias no nosso dia a dia. Nessas palestras, conheço mais sobre o tema e percebo que é importante rever algumas ações e atitudes. E o programa é mais um passo e, como homem negro e quilombola, vejo um caminho aberto e um espaço para falar”, ressalta.
Diálogo para uma cultura mais inclusiva
Para celebrar o primeiro ano do programa, a empresa promoveu mais uma edição do bate-papo online “Bora Conversar” com profissionais e gestores, além da participação de uma convidada especial, a atriz e escritora Denise Fraga.
Ela abordou a promoção de uma cultura mais inclusiva e diversa na indústria, por meio de uma discussão contínua. “Eu acho que a consciência de que precisamos estar permanentemente em exercício é fundamental para o tempo que vivemos. Estamos num nó social e as saídas estão sendo apontadas. A luta pela diversidade, a inclusão de quem era excluído precisa virar compromisso de todos nós simplesmente porque não podemos mais existir de outro jeito. Não tem mais como dizer: isso não é comigo. E eu sinto que o começo desse exercício passa pela escuta verdadeira, pela disponibilidade, pela curiosidade genuína sobre o que é diferente de você”, afirmou.
Programa devolve mais de 16 mil quelônios à Rebio Trombetas
Entre as espécies integradas ao seu habitat natural estão filhotes de tracajás e pitiús
Os quilombolas Noel Pires e Antonio Luiz dos Santos moram em localidades diferentes. Um é da comunidade Sagrado Coração de Jesus e o outro da comunidade Moura, respectivamente. Independente da distância, estão juntos em um único propósito: contribuir para a conservação das espécies de quelônios na Reserva Biológica (Rebio) do Trombetas. E estar de pé, desde às 6h da manhã, para proteger os ovos, prepará-los para eclosão e devolvê-los à natureza é momento único na vida desses comunitários, que celebraram, no último fim de semana de fevereiro, a soltura de mais de 16 mil filhotes de tracajás e pitiús na Base Santa Rosa, em Oriximiná, no Oeste do Pará.
A iniciativa faz parte do Programa Quelônios do Rio Trombetas, conduzido pelo Núcleo de Gestão Integrada Trombetas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), em parceria com a Mineração Rio do Norte (MRN) e Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ). Já são mais de 40 anos desenvolvendo ações para preservação dos quelônios da Amazônia. Um trabalho reconhecido pelos próprios comunitários, que participam ativamente das atividades do programa.
“Se a gente não cuidar agora, vamos sentir a falta mais à frente desses animais. Eu fui entendendo e vendo a importância desses bichos para a natureza e quero que meus filhos e netos vejam também. Por isso que a gente ajuda e contribui com a preservação deles”, afirmou Noel. “Para nós é muito importante ter um programa desse. Se não tiver, não demora muito, você vai andar para ver um filhote de um tracajá e será difícil. Acho muito importante ter a parceria do ICMBio, da MRN e demais entidades que queiram ajudar. Espero que essa parceria continue por muitos e muitos anos. Tenho uma netinha que veio conhecer agora nesta soltura um filhote de tracajá”, disse emocionado Antônio Luiz.
A comunitária Dulcinéia de Jesus Barbosa, natural da comunidade Último Quilombo, também comemora os resultados do programa, do qual participa desde 2013. “Somos felizes por ter parceiros e com isso levamos o programa para a frente somando com todos. A gente deseja que a população vindoura leve também para frente e não deixe esse programa acabar. Ficamos felizes por ter uma reserva produtiva, onde as pessoas nos veem cuidando e falando para outras comunidades que nos ajudem a cuidar daquilo que é nosso para que tenhamos sempre”, comentou.
Elessandra Correa, analista de Relações Comunitárias da MRN, relatou a experiência de participar pela primeira de uma soltura do programa. “É uma sensação incrível e apaixonante. A ação tem como finalidade sensibilizar para proteção dos quelônios da nossa região e, nesse trabalho, a MRN é parceira do ICMBio há mais de 30 anos. Para nós é uma honra participar e é extremamente importante garantir a sustentabilidade para manter essa espécie por muitos e muitos anos”, declarou.
A emoção também foi compartilhada por Ingred Lima, analista de Relações Comunitárias da MRN. “É muito especial participar de uma ação tão importante, significativa e determinante para preservação das espécies de quelônios. Ver os filhos dos voluntários participando ativamente da soltura de filhotes é maravilhoso! Os benefícios do programa são comuns a todos, pois possibilita grande parte de todo o equilíbrio tão essencial para o nosso ecossistema. É a história viva, sendo construída de geração em geração”, celebrou.
Além da Base Santa Rosa, outras duas bases avançadas fazem parte das atividades do Programa Quelônios do Rio Trombetas: Erepecu e Tabuleiro. Em todas elas, o ICMBio realiza ações estratégicas de proteção, incluindo fiscalização e educação ambiental. “Acreditamos que é importante ter a conservação desses quelônios, mas é preciso dar ênfase às ações socioambientais porque temos certeza de que quando se amplia a possibilidade do uso dos recursos, se diminui a pressão sobre um recurso específico”, avaliou Paulo Varalda, chefe do Núcleo de Gestão Integrada Trombetas do ICMBio.
Mais de 18 mil quelônios são devolvidos à natureza em Terra Santa
Ação faz parte do projeto Pé-de-Pincha, iniciativa de conservação ambiental na Amazônia que já realizou a soltura de 6 milhões de filhotes
Olhares atentos, curiosos e cheios de esperança ao ver que a vida que pulsa na palma da mão, agora ganha a oportunidade de voltar ao seu ambiente natural para crescer e multiplicar. Foi esse o sentimento presente nas pessoas que participaram da soltura de quelônios do projeto Pé-de-Pincha, ocorrida no último sábado (12) na Fazenda Aliança, no lago Piraruacá, no município de Terra Santa, Oeste do Pará. Foram devolvidos à natureza 18 mil filhotes de tartarugas, tracajás e pitiús.
Em função da pandemia e adoção dos protocolos de saúde e segurança, essa foi uma soltura simbólica, contando com a participação de um número reduzido de pessoas. As demais solturas desta temporada ocorrerão ao longo da semana em vários pontos do lago Piraruacá. No total, serão soltos na natureza 24 mil filhotes.
O Pé-de-Pincha, que já completa 22 anos, é desenvolvida pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Universidade Federal do Amazonas (UFAM) com a parceria da Mineração Rio do Norte, prefeituras municipais e comunitários para garantir a conservação de quelônios na Amazônia. “A soltura é momento que se valoriza a vida. Os filhotes são sementes lançadas ao rio para que se espalhem em outras localidades. Para se ter uma ideia, uma tartaruga solta no lago Piraruacá chega até aos igarapés do Nhamundá, percorrendo uma grande distância. Isso significa que o trabalho feito aqui não só mantém e aumenta os animais no lago, mas também repovoa todas as outras áreas”, explicou o professor Paulo Cesar Andrade, coordenador do Pé-de-Pincha pela UFAM.
Jonas Pessoa, secretário de Meio Ambiente de Terra Santa, comemora o saldo positivo do projeto para o município, que iniciou com uma proteção de 99 ninhos de quelônios e hoje existem mais de mil ninhos protegidos. “Essa evolução é muito importante. Além disso, o projeto, que iniciou em Terra Santa, está expandindo também pelo Amazonas. O mais gratificante desse trabalho é que ninguém faz nada sozinho. Todos os parceiros são fundamentais para a conquista desses resultados. A MRN financia o projeto, por meio da Universidade Federal do Amazonas; a Prefeitura de Terra Santa fornece o apoio para toda fiscalização e logística interna; e os voluntários se dedicam e se doam para fazer o projeto acontecer. Toda essa união é muito gratificante”, celebrou.
Para o empresário Estones Machado, que reside em Manaus, é sempre uma emoção participar do Pé-de-Pincha, que tem um capítulo especial na sua história. “Sou um dos fundadores do projeto. Tenho orgulho de ter contribuído para criar uma iniciativa como essa. Estamos há 22 anos soltando nos rios da Amazônia mais de 6 milhões de quelônios. Mais do que um belo exemplo para a sociedade, é a preservação da história para a humanidade”, disse emocionado.
A dona de casa Adelaide afirmou que não gosta de perder nenhuma soltura, até porque gosta de ajudar a irmã, que está diretamente envolvida no projeto. “Faço sempre um esforço para vir. Acho bonita essa atitude da preservação da espécie. É um trabalho gratificante e com certeza daqui há um tempo, nossos filhos, nossos netos, bisnetos e tataranetos vão ver este trabalho com mais carinho”, declarou.
Os comunitários são envolvidos em todas as etapas do processo: desde a identificação das covas dos ovos até a ida dos filhotes para os berçários, onde os filhotes permanecem até o momento da soltura dos animais nos lagos e rios de origem. “Tenho muita alegria em participar do projeto, que acompanho desde o início, inclusive minhas filhas nasceram junto com o projeto”, comemorou a agricultora Maria de Jesus Pereira.
Genilda Cunha, analista de Relações comunitárias e coordenadora do Pé-de-Pincha pela MRN, destacou a importância do ciclo da vida dos quelônios para o meio ambiente e para as pessoas. “Temos orgulhos desse projeto. Ao mesmo tempo que vemos essa multiplicação dos filhotes e milhares deles retornando ao meio ambiente, também observamos a conscientização ambiental de cada morador da comunidade. Eles têm um brilho no olhar único ao participar de cada soltura e perceber que conservando os quelônios, outras espécies também poderão ser preservadas. Isso para nós é recompensador e motivacional”, declarou.
MRN realiza encontro on-line sobre o papel das mulheres na Ciência
O bate-papo foi destinado aos profissionais da empresa e alunos da comunidade. Iniciativa faz parte do programa de diversidade e inclusão da companhia
Para comemorar o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, a MRN, por meio dos setores de desenvolvimento de pessoas e tecnológico da empresa, preparou um encontro virtual para profissionais da empresa e alunos do Colégio Equipe, em Porto de Trombetas. Além de celebrar a data, a programação abordou a importância da educação como incentivo às carreiras de inovação e tecnologia de mulheres e meninas, dando visibilidade às contribuições fundamentais delas para a Ciência.
O evento trouxe como convidada Simone Patrícia Aranha, paraense eleita em 2020 para a Academia Brasileira de Ciências. Também participaram profissionais que trabalham na MRN, que compartilharam suas experiências e vivências no setor industrial, como líderes e gestoras de projetos e pessoas. “A ideia é fomentar, cada vez mais, a participação de gênero na Ciência e Tecnologia levando conhecimento às mulheres e crianças. Já discutimos, continuamente, sobre esse tema na empresa, e queremos despertar e impulsionar o interesse por essas áreas na comunidade”, explica Luciane Mello, gerente de Desenvolvimento de Pessoas e líder do programa “MRN pra todos”.
Para Eliane Pereira, engenheira química e primeira mulher a ocupar o cargo de gerente de Desenvolvimento Tecnológico da MRN, é fundamental levar discussões sobre a presença feminina nos mundos da ciência, indústria e tecnologia. “Temos que desmistificar o pensamento sobre o lugar social ocupado pela mulher na Ciência, desafiar os estereótipos e prover oportunidades para as meninas aprenderam sobre ciência e tecnologia, assim como os espaços no mercado de trabalho. Dessa forma, elas podem se sentir inspiradas a serem futuras cientistas, líderes e gestoras”, pontua.
Loyana Demétrio, analista de Comunicação da MRN, acredita que apoiar iniciativas como essa, valorizando datas por vezes pouco conhecidas, como Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, ajudam a reforçar a importância do reconhecimento ao talento das mulheres. “Estamos muito orgulhosos de fazer parte deste processo de projetar os espaços em que as mulheres têm sido peças-chave. Também é uma forma de despertar o interesse de futuras cientistas, para começarem a romper com paradigmas e entender que todos os espaços podem ser ocupados pelas mulheres, com competência, habilidades e muito talento”, declara.
MRN para todos
O encontro virtual faz parte do programa “MRN pra todos”, que atua para ampliar o pilar diversidade e inclusão da empresa. Criado em março de 2021, o programa surgiu para trabalhar, cada vez mais, em uma busca a evolução de ambientes mais inclusivos e integrados com respeito e equidade de gênero, origem étnica, convicções religiosas, orientação sexual, habilidade ou formações diferenciadas.