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Mineração Rio do Norte é uma das melhores empresas para se trabalhar no Norte
Referência e padrão de excelência alinhados a um clima organizacional favorável e baseado no respeito, orgulho e transparência, a pesquisa Great Place To Work (GPTW) divulgou o ranking das 15 melhores empresas para se trabalhar na região Norte, junto à revista PIM Amazônia. A Mineração Rio do Norte (MRN), maior produtora de bauxita do Brasil, sediada no distrito de Porto Trombetas, município de Oriximiná (PA), é uma das contempladas, figurando como a oitava melhor empresa no Norte.
Foto registrada antes da pandemia.
O diretor-presidente da MRN, Guido Germani, comemora o resultado: “Isso consolida todas as iniciativas que a empresa vem fortalecendo ao longo dos últimos anos no intuito de tornar a companhia, continuamente, um melhor lugar para se trabalhar. Sermos certificados pela GPTW nos posiciona em um patamar competitivo na busca e manutenção de nossos talentos para continuarmos construindo nossa história!”, destaca.
A geóloga Keila Palheta entrou na MRN pela primeira vez em 2003 e saiu em 2010 para outro desafio. Em 2016, retornou a Porto Trombetas, onde permanece até hoje. “Quando retornei à MRN, percebi o quanto a empresa evoluiu para melhor. Temos um clima leve em que todos procuram se ajudar. É uma sintonia, uma dinâmica muito saudável. E todos nós buscamos essa melhoria todos os dias na rotina de forma muito natural, principalmente, com o apoio e incentivo das lideranças”, ressalta.
gerente de Recursos Humanos da MRN, Almer Moreira, ressalta que não há resultados sem pessoas: “A gestão de pessoas alicerça diversas práticas para apoiar os líderes nos desafios diários de gestão. Ter políticas de Gestão de Pessoas robustas e alinhadas à estratégia da MRN é essencial para seu crescimento e perenidade. Criar um ambiente de trabalho cada vez mais humanizado permite que o time trabalhe de forma muito mais confiante e conectada, gerando assim, resultados muito melhores, promovendo continuamente o atingimento de resultados”, avalia.
Reconhecimento que vem de dentro
Para chegar ao ranking final, a Great Place To Work realiza três levantamentos: Perfil Demográfico 1 e 2 e uma pesquisa com os empregados focada nas dimensões credibilidade, respeito e imparcialidade dos gestores, orgulho em relação ao trabalho e à empresa e camaradagem entre os colegas. O que torna o resultado, ainda mais, satisfatório para as empresas premiadas: receber o reconhecimento dos próprios empregados.
“Tenho orgulho e alegria de trabalhar na MRN. Temos verdadeiramente um excelente lugar para trabalhar. Aqui pude me desenvolver pessoalmente e profissionalmente. Todos os dias os desafios nos mostram que, quando fazemos algo que gostamos e somos reconhecidos por isso, o senso de pertencimento aflora e pereniza em cada um de nós. Ser empregado MRN proporciona tudo isso. O desafio não nos assusta. Pelo contrário, nos motiva”, conta o gerente técnico de Manutenção da empresa, Hernildo Ferreira, que completará este ano 23 anos de casa.
O Great Place to Work conduz a pesquisa Melhores Empresas para Trabalhar em 53 países anualmente, desde 1997. No Brasil, a pesquisa conta com mais de 1.500 companhias participantes, representando mais de 1 milhão de empregados. Trata-se de um dos levantamentos mais respeitados do mercado sobre excelência em ambientes de trabalho.
Treinar para liderar
Em um ano desafiador como 2020, a MRN atuou de forma estratégica, transformando o olhar sobre engajamento. “Nos reinventamos e reunimos 45 empregados de diversos cargos e todas as diretorias para criar a Estratégia de Engajamento da MRN. Inserir os nossos empregados no centro do processo como protagonistas proporcionou ações alinhadas com as necessidades das áreas e do negócio”, observa Almer Moreira.
Entre as ações de destaque, a empresa treinou 135 empregados em Leadership Journey. Além disso, consolidou seu Programa de Diversidade MRN & Inclusão. Há diversos programas destinados aos empregados para que eles possam conectar-se a seu propósito, expressar seus talentos, buscar desenvolvimento e crescer na empresa, construindo assim a transformação cultural na MRN.
Mais de 500 hectares reflorestados em 2020 pela MRN
O trabalho foi recorde em reflorestamento, envolvendo o plantio de mudas do viveiro florestal da empresa e sementes adquiridas junto a comunidades da região
Com os desafios da pandemia para manter em campo equipes de trabalho, seguindo os protocolos das autoridades de saúde, a Mineração Rio do Norte (MRN), que produz bauxita em Porto Trombetas, município de Oriximiná (PA), cumpriu a meta de reflorestar uma área de 519 hectares em 2020, acima da média anual, que gira em torno de 350 a 400 hectares. Para este trabalho recorde em reflorestamento foram utilizadas 537.352 mudas de 64 espécies nativas, produzidas no viveiro florestal da empresa, e outros 3.837 quilos de sementes nativas, adquiridos junto a comunitários quilombolas e ribeirinhos da região.
Entre os vários desafios da pandemia, muitos diálogos diários de segurança para as equipes de campo seguirem as orientações de medidas protetivas necessárias como uso de máscara e distanciamento social. “Mantivemos os trabalhos durante o ano todo com o preparo de novas áreas, coleta de sementes, produção de mudas, monitoramento das áreas, Banco de Germoplasma, combate a espécies exóticas invasoras, enriquecimento e adensamento de áreas, salvamento de flora, entre outras atividades”, relata o engenheiro da MRN, Ruberval Cardoso.
As principais espécies nativas usadas no processo de reflorestamento produzidas no Viveiro Florestal da MRN em 2020 são itaúba, cumarú, jacarandá, angelim, ipê amarelo, castanha-do-pará e copaíba. Nos trabalhos de reflorestamento para a restauração de áreas mineradas, a MRN também envolve comunidades ribeirinhas e quilombolas desta região. Ano passado, a empresa adquiriu 3.837 quilos de sementes nativas junto a estes comunitários. A agricultora Maria Luísa Amaral, da comunidade Boa Nova, vende entre 8 a 10 quilos de sementes de espécies, como castanha-do-pará, andiroba, açaí e bacaba, para a empresa. “Este trabalho de fornecimento de sementes para a MRN contribui para incrementar a renda da minha família”, declara Maria Luísa.
A empresa também envolve os comunitários da região nas atividades sazonais de plantio e reflorestamento. “No viveiro florestal temos um quadro de 20 empregados e no período que favorece o plantio das mudas são contratados, em média, 90 comunitários das comunidades ribeirinhas e quilombolas para a execução do plantio para o reflorestamento destas áreas de mina”, comenta o analista ambiental da MRN Jocenildo Marinho.
Técnicas - Pioneira no desenvolvimento de técnicas de restauração de áreas mineradas no interior de uma Floresta Nacional, ao longo dos anos, a MRN foi aprimorando suas metodologias de restauração por meio de pesquisas científicas realizadas na área e da própria observação dos técnicos. O processo de restauração das áreas inicia-se no momento em que é feito o inventário florestal da área a ser solicitada para supressão. Este documento é a base para a indicação de espécies a serem utilizadas no ambiente após o processo de lavra. “Várias etapas envolvem a restauração das áreas mineradas, sendo destacada a coleta de sementes e produção de mudas, o manejo da camada superficial do solo (topsoil), a reconformação do solo, o preparo da área para receber o topsoil e as mudas e seu monitoramento”, explica o engenheiro.
Entre as principais técnicas utilizadas pela MRN para a restauração da flora está a condução de regeneração natural, com a utilização do topsoil, que é fundamental para o início da sucessão florestal na área, pois é onde se encontra o rico banco de sementes que irá realizar o recobrimento inicial da área. Este material representa uma importante fonte de matéria orgânica, sementes, nutrientes, micro e mesofauna (constituída por invertebrados de 0,1 a 2 mm), associadas ao solo.
As outras duas técnicas são o plantio de mudas, feito após a coleta de sementes e produção de mudas ao longo do ano, contribuindo para a recuperação do ambiente; e a semeadura direta, que é a utilização de sementes viáveis para germinação, utilizadas a partir do terceiro ano da restauração. “Tanto o plantio de mudas quanto a semeadura direta visam o enriquecimento e o adensamento da área, gerando maior diversidade no ambiente”, declara Cardoso.
No final de 2020, a Gerência de Controle Ambiental iniciou testes para comparar o atual método de produção de mudas com a utilização de saquinhos plásticos e camada superficial do solo com substrato industrializado enriquecido. “A ideia é identificar o melhor método para a produção de mudas com maior qualidade, otimização nas condições de trabalho e o melhor custo benefício para o desenvolvimento da atividade”, assinala o engenheiro.
Com a meta de 2020 cumprida, ainda em dezembro deste ano a MRN começou a organizar as atividades de transporte de mudas e demais insumos para o trabalho de campo em 2021. “Para este novo ano, nosso planejamento é reflorestar 520 hectares nas minas em processo de operação e 6 hectares em minas em processo de descomissionamento, totalizando 526 hectares”, adianta Marinho.
Programa celebra 40 anos na conservação de quelônios
Cerca de 5 milhões de filhotes foram devolvidos à natureza neste período na Rebio Trombetas
Criado no início dos anos 80 para conservar a maior área de reprodução da tartaruga-da-amazônia (Podocnemis expansa) até então conhecida, o programa com o nome Quelônios Amazônicos, conduzido na época pelo Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF), e, posteriormente, pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), vinculado ao Ministério do Meio Ambiente (MMA), contribuiu para manter a sobrevivência dessa espécie de quelônio aquático na Reserva Biológica do Rio Trombetas (Rebio Trombetas), criada em 1979 para reforçar este trabalho de conservação.
Entre os anos de 2003 e 2004, o trabalho precisou ser ampliado com foco também em outros quelônios aquáticos, tracajás (Podocnemis unifilis) e pitiús (P. sextuberculata), que estavam sendo fortemente explorados de forma clandestina, correndo risco de extinção na região. A partir daí, passou a ser chamado de Programa Quelônios do Rio Trombetas (PQT) e a ter importante apoio da Mineração Rio do Norte (MRN). “Decidimos ampliar o programa para fazer a proteção destas espécies com a participação da própria comunidade. Então, a gente passou a contar com voluntários fazendo a proteção e o manejo dos ninhos destas outras duas espécies. Somando todos estes esforços, desde os anos 80 já foram devolvidos à natureza, pelo menos, 5 milhões de filhotes na Rebio Trombetas”, conta Marco Aurélio da Silva, coordenador de pesquisa e monitoramento do Núcleo de Gestão Integrada Trombetas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
A partir de 2007, o PQT passou a ser desenvolvido pelo ICMBio, órgão do MMA responsável pela gestão das Unidades de Conservação Federais, mantendo a parceria com a MRN e o Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ). Também conta com a fundamental participação de mais de 100 comunitários quilombolas voluntários, totalizando 30 famílias, que trabalham na proteção, no manejo e no monitoramento de ninhos, ovos e filhotes nos tabuleiros e praias de desova. “Os resultados positivos deste programa demonstram sua relevância para manter a conservação destas espécies no meio ambiente, principalmente dentro da Rebio Trombetas, e a educação ambiental das comunidades desta região”, declara Genilda Cunha, analista de Relações Comunitárias da MRN.
As ações de manejo reprodutivo desses quelônios são realizadas anualmente na região dos tabuleiros do alto Rio Trombetas e no Lago Erepecu, município de Oriximiná, oeste do Pará. À medida que avançam os nascimentos, os filhotes são soltos em pequenos grupos após curto período de 5 a 10 dias mantidos em cativeiro. Assim, há solturas periódicas de filhotes durante a estação reprodutiva das espécies.
Com a readequação do modelo do programa para atender as normas de segurança preventiva das autoridades de saúde por conta da pandemia de covid-19, os tradicionais eventos de soltura que marcam o final da temporada e que atraem toda a comunidade da região não poderão ser realizados nesse ano, porém ainda ocorrerão dois momentos de solturas simbólicas dos últimos filhotes nascidos nesta temporada, na primeira e segunda quinzena do mês de janeiro, sendo um na região dos tabuleiros do alto Rio Trombetas e outra no Lago Erepecu, envolvendo um público reduzido de comunitários voluntários.
Nascida em Óbidos e criada no distrito de Porto Trombetas, no município de Oriximiná, Fabrícia Reges Ferreira, 28 anos, começou a participar do PQT como voluntária em janeiro de 2020. Contratada desde julho como brigadista do ICMBIO, passou a coordenar a base do Tabuleiro, realizando um sonho de infância. “Incentivada pela minha professora na escola sobre a necessidade de proteção dos quelônios, sempre quis participar dos momentos de soltura dos filhotes quando eu era pequena, mas nunca consegui. Então, agora estou realizando meu sonho e de forma ampliada porque eu participo desde o monitoramento das tartarugas-da-amazônia adultas, protegendo a praia onde elas estão, os ninhos, acompanhando a desova e participando da soltura dos filhotes. Para mim, a soltura é o momento de ver que deu certo todo o trabalho anterior. É um sentimento de dever cumprido. Esse programa é de grande importância porque os quelônios necessitam dos nossos cuidados, para que sua população seja conservada e aumente na região”, explica.
Cerca de 80 mil filhotes de tracajás, pitiús e tartarugas-da-amazônia serão devolvidos à natureza na temporada 2020/2021 do PQT na Rebio Trombetas até o final deste mês de janeiro. “As solturas com participação de público nesse ano serão simbólicas e restritas aos comunitários voluntários do PQT para evitarmos aglomeração e manter o distanciamento social, sendo liberados cerca de 2 mil filhotes em cada chocadeira, e faremos os agradecimentos aos voluntários pelos esforços deles durante o programa nesse ano de 2020, que foi de grandes desafios para todos”, relata Marco Aurélio.
Conservação de epífitas contribui para o equilíbrio da natureza
Pesquisador João Batista da Silva e sua equipe são guardiões destas espécies na Flona Saracá-Taquera
Há mais de 40 anos, o pesquisador João Batista da Silva, 77 anos, dedica-se ao estudo da botânica com foco em epífitas. De lá para cá, já contribuiu, junto a outros pesquisadores, na identificação e catalogação de mil espécies na Amazônia. Desde 2008, coordena o programa de resgate e reintrodução de epífitas na Floresta Nacional (Flona) Saracá-Taquera, no oeste paraense, uma iniciativa da Mineração Rio do Norte (MRN) que tem sido essencial para a conservação das epífitas e hemiepífitas nesta unidade de conservação.
As epífitas são plantas que vivem nas árvores e têm elas como suporte para sobreviver, podendo crescer do tronco até a copa. Entre os exemplos mais conhecidos estão espécies como orquídeas e bromélias. Quando germina na árvore, vive a fase como epífita. Quando começa a enramar, florescer, frutificar e soltar as sementes e raízes, então se transforma em hemiepífita. “São plantas muito importantes porque têm seu próprio mecanismo de sobrevivência. São esponjosas e, por isso, captam umidade e nutrientes das árvores onde estão para sobreviver. São boas indicadoras de tempo e umidade. Também são uma casa para muitos animais pequenos como insetos que moram em epífitas, que viabilizam sobrevivência para eles. Desta forma, sinalizam um bom desenvolvimento do reflorestamento. E têm ainda importância ornamental no mundo todo”, explica João Batista.
Em Porto Trombetas, Oriximiná (PA), a MRN mantém o Epifitário com amostragem de mais de 2 mil plantas de todas as espécies da Flona resgatadas e já reintroduzidas. Paralelamente, anualmente, mais de 20 mil epífitas são resgatadas e reintroduzidas à natureza por meio do Programa de Resgate de Flora, que também já tem catalogadas mais de 130 espécies de orquídeas, 25 espécies de bromélias e 75 de aráceas - família botânica composta por cerca de 100 gêneros e aproximadamente 3 mil espécies, entre elas se destacam antúrios e copos-de-leite.
Um engenheiro florestal, um biólogo e cinco auxiliares de campo compõem a equipe de João Batista, que desenvolve o trabalho de preservação de epífitas e hemiepífitas coletadas, realizado antes e após a supressão da vegetação para a lavra mineral. Por meio Programa de Resgate de Flora são desenvolvidas as seguintes atividades: reprodução de espécies resgatadas, montagem de coleção de referência e reintrodução das espécies resgatadas e propagadas no Epifitário nas áreas em recuperação.
O pesquisador assinala que a experiência tem sido gratificante pela possibilidade de compartilhar seu amplo conhecimento e de vivenciar uma dinâmica de campo diferenciada de sua trajetória anterior, em que o foco era fazer inventários amplos e gerais sobre a flora em vários estados brasileiros. Nos trabalhos na Flona Saracá-Taquera, além de levantamentos e planos de manejo, ele e sua equipe têm como foco acompanhar todas as etapas desenvolvimento de uma mesma espécie por até 11 anos. “A mineração me deu uma experiência que eu ainda não tinha conseguido em nenhum outro lugar: passar um ano, 10 e até 11 anos observando a mesma planta: descobrindo as suas fases, floração, crescimento, dispersão, frutificação. Eu ainda não tinha feito, não conhecia e gostei demais. Passar até 11 anos observando a mesma planta, parece que você enjoa ou desinteressa, mas não é isso. Você fica cada vez mais curioso porque nota quando a planta, por um ou outro motivo, está diferente, como, por exemplo, o ano que não floresce, se não cresceu suficiente, e você procura os motivos”, relata o pesquisador.
As atividades de resgate de João Batista e sua equipe ocorrem antes e após a etapa de supressão vegetal. Antes, a equipe entra na área para resgatar todas as epífitas que estão numa altura correta para a coleta. “Após a supressão, vamos árvore por árvore, coletando as epífitas que encontramos do tronco até a copa. Somos conhecidos na MRN como a equipe das epífitas”, declara. Outra frente é contribuir com as ações de reflorestamento. “A maior importância em nosso trabalho também é repor à natureza parte do que foi retirada. Tratamos destas plantas no Epifitário: lá elas são identificadas, contadas, limpas e levadas de volta para serem repostas através do reflorestamento”, assinala João Batista.
Vladimir Moreira, diretor de Sustentabilidade da MRN, assinala que o trabalho desenvolvido tem sido fundamental para a conservação destas espécies na Flona Saracá-Taquera. “É gratificante acompanhar a dedicação destes pesquisadores neste que é um dos trabalhos fundamentais em nosso processo de reflorestamento, essencial para manter a flora preservada”, destaca Moreira.
Compartilhamento – Para João Batista, entre as grandes satisfações de seus trabalhos em campo estão, além das atividades, o ambiente, o acolhimento e a interação com a equipe. “Na minha área de trabalho na mineração, eu me sinto em casa. Estou há 11 anos aqui e, diariamente, estou em contato com os meus colegas de trabalho. É como estar no meio familiar. Onde todo dia posso compartilhar meu conhecimento e as vivências do dia a dia e eles também compartilham comigo. Amo a todos eles como se fossem meus irmãos e amigos. Isso é muito agradável”, destaca.
Experiências - Nos anos 80 e 90, João Batista fez diversas viagens longas de trabalho de campo pelo Brasil e em áreas de fronteira, fazendo levantamento de orquídeas na Serra dos Carajás (PA), em Coary (AM) e no Pico da Neblina (AM). De 91 a 2007, acompanhou a primeira comissão demarcadora de limites, que deu apoio logístico para ele acompanhar e fazer coletas botânicas por toda a fronteira entre a República da Guiana até Rondônia. Nestes anos, participou de campanhas na fronteira com a Guiana, Venezuela, Colômbia e próximo ao Rio Negro. Entre outros trabalhos, também fez um zoneamento na área de flora do estado de Rondônia e participou de levantamentos na represa de Belo Monte. “Esses trabalhos eram de inventários e de levantamento de reconhecimento de espécies que haviam na natureza nestas flonas para planos de manejo”, conta.
Além da MRN e de outras grandes empresas brasileiras, João Batista é colaborador da área de botânica do Museu Emílio Goeldi, onde, nos anos 70, exercia atividades de pesquisa documental, mas sempre dava um jeito de andar pelas matas com o propósito de conhecer a floresta com foco em encontrar mais orquídeas. Em autoria e coautoria com a pesquisadora doutora em botânica do Museu Emílio Goeldi, Manoela Ferreira, lançou dois livros, que são resultados dos trabalhos de identificação e catalogação de espécies de epífitas na Amazônia. “Depois de todas as expedições, que somavam na época 30 anos de campo, descobrimos que tinha material para escrever dois livros e tinha essa necessidade porque não havia literatura específica sobre orquídeas na Amazônia. Das 719 espécies publicadas, atualmente já aumentamos para mil espécies, mostrando os recentes resultados dos nossos trabalhos. Já temos 10 espécies publicadas na Flona Saracá-Taquera e no entorno de Oriximiná, Terra Santa e Faro. Temos mais espécies em estudo para publicar. Se tudo der certo, teremos mais 10 para serem publicadas. Esses estudos são importantes e necessários porque eles aumentam a listagem da flora do Brasil”, ressalta.
Diversidade – A paixão pela natureza, segundo João Batista, está no poder de organização, fascinação e na curiosidade que desperta, mantendo vidas distintas em seu ambiente. “Se pararmos para pensar que no globo terrestre temos os polos gelados, as áreas temperadas e temos as florestas, o mar, os rios, as serras, que têm tipologia diferente e que, para cada ambiente desse, a natureza proporciona vida para todos os animais e todas as plantas, verificamos que a natureza é muito organizada. Cada tipo de vida tem seu próprio lugar para morar. A beleza que é a maior atração da natureza porque propõe prazer e alegria às pessoas. A natureza é fantástica. É muito interessante passar dias em uma mata, em uma serra, observando a natureza. É por isso, que eu gosto dela”, declara.
Sobre a planta que mais admira, o pesquisador conta que é sempre a que ele encontra pela primeira vez. “E aquela que, além de ser a primeira vez, existe a possibilidade de ser uma espécie nova, mexe com o meu coração de verdade. Eu tenho 40 anos de campo, possivelmente eu já descobri aproximadamente 100 espécies e eu vou continuar, porque é assim que se trabalha e consegue resultados”, afirma.
João Batista comenta também a importância de mais pessoas se conscientizarem sobre os benefícios de um relacionamento harmônico com a natureza e adotarem boas práticas diariamente neste caminho. “Eu acho que cada pessoa tem que ser um exemplo de cuidado com a natureza, com o meio ambiente e com a conservação e a preservação das espécies desse planeta. Seja um exemplo”, incentiva o pesquisador.
Projeto Quilombo retoma rotina de atendimentos nos territórios Alto Trombetas 1 e 2
Iniciativa segue agenda em 14 comunidades quilombolas com foco na saúde preventiva
Ao cumprir o ciclo de sete meses de monitoramento e atendimentos, estendidos durante o período de pico da pandemia, beneficiando em torno de 6 mil pessoas de 25 comunidades tradicionais no oeste paraense, o projeto Quilombo retomou a rotina de suas atividades na região do Alto Trombetas 1 e 2 no mês de novembro, concluindo, neste mês de dezembro, o trabalho médico itinerante deste ano. A iniciativa faz parte do Programa de Educação Socioambiental da Mineração Rio do Norte (MRN), em atendimento às condicionantes do Ibama.
O projeto segue com os atendimentos mantendo todas as medidas de prevenção e conscientização em relação ao uso de máscaras, isolamento social e higienização das mãos. “Felizmente, a abordagem e a estratégia adotadas de tratamento têm sido extremamente efetivas. O protocolo de retomada à rotina de atendimentos segue orientações estabelecidas e acordadas com o Hospital de Porto Trombetas e com a Secretaria Municipal de Saúde de Oriximiná, incluindo distanciamento social, uso obrigatório de máscara, álcool em gel, sabão, padrões básicos de higienização e, assim, a gente consegue orientar”, comenta Dr. Joseraldo Furlan, conhecido como “Dr. Jô”, médico que conduz o projeto em campo.
Neste mês, a equipe do projeto Quilombo pode confirmar que boa parte das comunidades conscientizou-se sobre a importância da saúde preventiva, resultado das orientações durante os trabalhos de campo ao longo deste ano de pandemia. “Muitas comunidades realmente procuraram se preservar. Felizmente, o resultado foi positivo, mesmo com alguns poucos casos de contaminação apresentados nas comunidades de ribeirinhos e quilombolas, a conduta terapêutica e o tratamento precoce foram extremamente eficazes. Isso para gente é muito importante”, relata o Dr. Jô.
Para o agente comunitário de saúde da comunidade Palhal e liderança local José Adomiro, conhecido como “Bila”, a extensão do projeto gerou melhoria para as comunidades, que precisavam de uma iniciativa que viabilizasse atenção à prevenção sobre a covid-19. “Foi um trabalho que não parou e foi muito gratificante porque fortaleceu os atendimentos no Território Quilombola de Alto Trombetas 2. As pessoas são bem atendidas. Esperamos que este projeto possa se estender por mais um tempo dentro do nosso território”, comenta.
A relevância de fomentar a medicina preventiva e básica da saúde em comunidades remotas, como as atendidas pelo projeto Quilombo, é destacada pelo diretor de Sustentabilidade da MRN, Vladimir Moreira. “Este projeto é uma das frentes fundamentais para garantir a saúde preventiva das comunidades da região do Alto Trombetas 1 e 2, contribuindo com atendimentos de qualidade para o bem-estar de centenas de pessoas anualmente e, especialmente neste ano de pandemia, conscientizando-as para redobrar os cuidados”, declara Moreira.
Para a agente comunitária de saúde Maria Cileusa, moradora da comunidade Paraná do Abuí, do território quilombola Alto Trombetas 1, o projeto Quilombo deu o suporte necessário às comunidades durante a pandemia. “Tivemos uma supervisão muito boa com atendimento a pacientes que estavam com sintomas de covid-19 em suas residências além de orientação persistente aos pacientes para ficarem em casa. Foi o apoio que as comunidades precisavam. O atendimento de rotina pelo projeto segue com boa qualidade”, destaca a agente comunitária de saúde.
As ações do Projeto Quilombo são complementares às do poder público, que é o principal responsável pela coordenação das políticas de saúde. “Para a MRN e as comunidades envolvidas, é de grande importância a cooperação da Secretaria de Saúde do Município de Oriximiná. As parcerias nos fortalecem e garantem que as ações estejam alinhadas às políticas públicas de saúde. E essas, por sua vez, estão sujeitas ao crivo da sociedade, por meio dos mecanismos participativos de controle social. Isso é fundamental para a garantia de bons resultados”, avalia Jéssica Naime, gerente de Relações Comunitárias da MRN.
O Projeto Quilombo é uma ação da MRN em resposta a uma condicionante socioambiental, que busca fortalecer as ações de saúde na região do Alto Trombetas a partir de três pilares: ações de prevenção, atendimento básico em saúde e disseminação da informação. Nesse sentido, além do atendimento presencial nas comunidades realizado por uma equipe formada por médico, enfermeiros e agentes de saúde, as ações educativas são de fundamental importância para a prevenção de doenças, cujos protagonistas são os próprios comunitários, ribeirinhos e quilombolas.
Sobre o projeto – O Projeto Quilombo atende 14 comunidades do Alto Trombetas 1 e 2 com serviços de assistência à saúde para tratar e prevenir patologias. São oferecidos serviços de pré-natal, atendimentos em clínica geral e enfermagem, Hiperdia para acompanhamento de hipertensos e diabéticos, planejamento familiar, vacinação, distribuição de medicamentos, exames laboratoriais e palestras informativas. Por meio do projeto, também são desenvolvidas iniciativas de combate à desnutrição.
Projeto de Meliponicultura contribui para conservação da natureza em Terra Santa
Iniciativa também gera renda e melhora a qualidade de vida de famílias do município
Senso de preservação ambiental, geração de renda e melhoria da na qualidade de vida de 20 famílias do município de Terra Santa, no oeste do Pará, são os principais resultados do Projeto de Meliponicultura, iniciativa do Programa de Educação Socioambiental da Mineração Rio do Norte (MRN) em cumprimento de condicionantes do Ibama, desenvolvido com a parceria da Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento (Semagri).
Desenvolvido nas comunidades do Alema, Jauaruna e Urubutinga, este projeto viabiliza ações de educação ambiental e prestação de assistência técnica às famílias de produtores rurais para desenvolver atividades da meliponicultura, visando a utilização racional dos recursos naturais e a geração de renda dos comunitários por meio da produção de mel silvestre. “O projeto contribui diretamente com a venda de mel, que é uma renda extra para os beneficiários, e, indiretamente, com o aumento da produção de frutos e sua expansão por meio da polinização das flores, que é realizada pelas abelhas sem ferrão”, explica Cristina Leite, titular da Semagri, parceira no projeto e que conduz juntamente com a sua equipe as atividades de campo.
O produtor Renan Godinho, 34, da comunidade do Alema, participa do projeto desde dezembro de 2019. De lá para cá, comenta que as experiências de capacitação têm sido positivas para incrementar seu trabalho em fruticultura e para iniciar também na produção de mel. “A experiência tem sido muito boa. Contribui para melhorar a polinização das flores dos pés de fruta, gerando frutas de mais qualidade. Já fiz treinamento de introdução à meliponilcultura, de manejo de abelhas sem ferrão, produção de caixas para abrigar as abelhas e de como distribuí-las em cada caixa”, relata Renan.
Para Genilda Cunha, analista de Relações Comunitárias e coordenadora do projeto pela MRN, esta iniciativa vai além do aprimoramento técnico e da geração de renda para as comunidades envolvidas: “Além de viabilizar as assessorias técnicas e palestras para orientar os produtores, o projeto colabora com a educação ambiental, conscientizando-os para as boas práticas de preservação durante as atividades produtivas”, declara.
A produtora Ellen Hassemer, 30, participa há três anos do projeto e destaca como foi benéfico para capacitá-la na produção do mel. “Foi minha primeira experiência de capacitação nesta área em Terra Santa. Aprendi a multiplicar as caixas que abrigam as abelhas e a garantir produtividade e mais qualidade do mel. Foi importante também porque, antes, eu produzia o mel só para consumo interno e, com o projeto, observei as oportunidades de mercado e agora esta atividade contribui para o incremento de minha renda”, assinala.
Atividades - De janeiro a março deste ano, foram realizadas palestras e visitas técnicas aos meliponários, mas, por conta da pandemia, o projeto fez ajustes na sua metodologia de trabalho. No período de março até dezembro deste ano, visando garantir a saúde preventiva das comunidades envolvidas, as ações educativas foram suspensas e as demais iniciativas, como assessoria técnica, adequadas à realidade do cenário atual. “A partir desta semana até o dia 22 de dezembro, o projeto estará realizando visitas técnicas, tomando todas as medidas necessárias ao combate à pandemia. Será realizada também a coleta de mel e depois iremos planejar, para o próximo ano, ações como cursos e palestras”, comenta Cristina Leite.
O tema principal que será tratado na retomada do projeto será o manejo do meliponário e a adaptação das abelhas ao ambiente. “Nas visitas técnicas, vamos acompanhar e instruir os beneficiários durante o manejo, fazendo as recomendações necessárias para o bom desenvolvimento deste projeto”, declara Leite.