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Cuidados preventivos garantem a segurança das operações da MRN
Ações diárias contribuem para fortalecer os indicadores da empresa
“Se for não seguro, torne seguro” é o lema que conduz a cultura de segurança da Mineração Rio do Norte (MRN), localizada no distrito de Porto Trombetas, município de Oriximiná, oeste do Pará. Para celebrar o Dia Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho, neste 27 de julho, a empresa envolveu seus times na ação chamada “Inspeção Integrada”. A iniciativa envolve lideranças, empregados próprios e terceirizados, além da equipe que integra a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes na Mineração (CIPAMIN).
“O objetivo das equipes é percorrer as instalações da empresa levando o reforço positivo em segurança, destacando a necessidade de ações sobre cuidado e prevenção e realizando inspeções preventivas. O principal foco dessa semana são as práticas de equipamentos de içamento e movimentação de cargas”, explica Flávio Trioschi, gerente-geral de Segurança no Trabalho da MRN.
Divididas em etapas, as ações de cuidado e segurança com os empregados integram a rotina das operações da empresa. É o Diálogo Diário de Segurança (DDS) que abre os turnos de trabalho, para identificar quais os riscos do dia e do local de trabalho. Em seguida, entram em cena as Inspeções de pré-uso de equipamentos e ferramentas e a Verificação de Controles Críticos. Por fim, o cuidado ativo, que é fundamental na promoção do respeito entre os empregados.
De acordo com Trioschi, essas ferramentas reforçam os indicadores positivos e o compromisso da empresa com a segurança e a manutenção das taxas de ocorrências em patamares abaixo de 1 (uma ocorrência a cada 1.000.000 horas trabalhadas). “Nosso indicador em 2023 está em 0,16. Os times próprios e equipes contratadas percebem que ambientes e atividades seguras são mais produtivas. Por isso, buscam manter as boas ações de trabalho e procuram sempre oportunidades de melhoria em segurança”, aponta o executivo.
Segurança como valor
Manter esses indicadores de forma positiva está entre as metas anuais do operador de equipamentos de mineração, Adriano Ribeiro. Em meio à rotina de inspeções em maquinários de grande porte, ele recorda o lema de segurança “Se não for seguro, não faça”, há 20 anos. “É muito gratificante lembrar que faço parte de um processo que, desde aquela época, já mostrava tamanha preocupação em trazer não só qualidade nos resultados, mas ter uma diretriz para execuções seguras”.
Adriano destaca que a atenção redobrada da empresa tem impactado de maneira positiva na percepção dos empregados sobre o assunto. Para ele, o conjunto de ações unifica a visão de um cuidado genuíno. “Isso tem trazido o melhor das pessoas para dentro de nossa rotina e mostra que podemos, sim, ser uma empresa referência não só em qualidade dos resultados, mas que respeita tanto o homem quanto a natureza”, afirma.
Longe dos grandes maquinários, esses mesmos valores elencam-se na rotina entre papéis e computadores da assistente administrativa Leonara Cordeiro. Como técnica de Segurança no Trabalho, ela vivencia a rotina de prevenção dentro e fora da empresa. “Chega a se tornar algo tão automático que em qualquer lugar passamos a olhar situações de maneira muito cuidadosa. Eu acredito que isso é positivo. Ao incentivar isso de maneira frequente, estendemos esse cuidado aos nossos familiares e amigos”, garante.
Segundo Cordeiro, ter o cuidado como valor essencial contribui para que o empregado perceba que está em um lugar seguro e se sinta responsável pela engrenagem que garante a segurança das operações da empresa. “É uma responsabilidade compartilhada. A partir do momento que eu encontro uma não conformidade, logo me questiono sobre quais soluções adotar”.
Cuidado como cultura
Outra ação realizada durante a “Inspeção Integrada” é encontro dos times de segurança que atuam na MRN. O objetivo é compartilhar boas práticas e fortalecer os vínculos, reconhecendo os profissionais mais atuantes e refletir sobre o dia 27 de julho. Neste dia, há 51 anos, foi instituído o serviço de Segurança e Medicina do Trabalho nas empresas. De lá para cá, a data tem sido utilizada para lembrar e alertar os empregados, empregadores, governos e sociedade civil sobre a importância das atitudes e práticas que eliminam ou mitigam os perigos, diminuem os riscos e a possibilidade de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho, além de promover ambientes de trabalho adequados, saudáveis e seguros.
“O time de gestores não fica atrás, pois fortalece a cultura de segurança com seu exemplo pessoal, participação ativa em suas áreas de atuação e reconhecimento positivo aos empregados. E, para celebrar esta data, nada melhor do que envolver todas as áreas em mais uma atividade de prevenção que aponta oportunidades de melhorias, contribuindo para um ambiente de trabalho mais seguro”, pontua Marcelo Mollica, presidente da CIPAMIN.
Integrar mineração ao meio ambiente é compromisso da MRN
Em 2022, a empresa, por meio do seu Programa de Recuperação das Áreas Mineradas, reflorestou 362 hectares, o equivalente a cerca de 360 campos de futebol
Essenciais para manutenção do equilíbrio ambiental, as florestas englobam os mais diversos ecossistemas e correspondem a 1/3 da superfície terrestre, segundo dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Só no Brasil, de acordo com o Sistema Nacional de Informações Florestais (Snif), a área florestal equivale a mais da metade do território nacional. Nessa vasta extensão verde, está a Floresta Nacional (Flona) de Saracá-Taquera, situada no oeste do Pará, entre os municípios de Terra Santa, Oriximiná e Faro, criada em dezembro de 1989.
Na Semana de Proteção às Florestas, a Mineração Rio do Norte (MRN) reforça o compromisso de cuidado com o meio ambiente, realizando um intenso trabalho de recuperação de áreas mineradas. No ano passado, a empresa reflorestou 362 hectares, o equivalente a aproximadamente 360 campos de futebol.
Há mais de 10 anos atuando como auxiliar operacional no Viveiro Florestal da MRN, Américo Tavares está entre os responsáveis pela consolidação deste compromisso. O dia a dia entre as pequenas mudas - que em pouco tempo se tornarão árvores robustas - tem para ele um significado especial. “Cuidar desse viveiro é um privilégio. Para mim, trabalhar aqui é um orgulho por cuidar delas e prepará-las para, na época do reflorestamento, já estarem selecionadas”, garante.
Tavares recorda que, durante as primeiras experiências na MRN, também teve a oportunidade de atuar diretamente no reflorestamento dos platôs. Hoje, ao visitar os locais que já passaram pelo processo de replantio, se diz satisfeito ao ver os frutos sendo, literalmente, colhidos. “Quando voltei e vi a área reflorestada, fiquei muito emocionado ao lembrar que aquelas árvores, que começaram tão pequenas, já estão enormes e dando frutos”, relata o auxiliar.
Cuidado em todas as fases
Com capacidade de produção de até 1 milhão de mudas, é no Viveiro Florestal que germina o processo de reflorestamento da MRN. Dividido entre beneficiamento e triagem de sementes, preparo do substrato, entre as sementeiras e berçários, o trabalho exige atenção em cada detalhe. “Até que as mudas estejam maduras o suficiente para serem alocadas na área de reflorestamento, elas passam por todo um cuidado. Da germinação, elas passam para a etapa de repicagem, quando colocamos a plântula, o primeiro estágio da planta depois que brota da semente, da sementeira num saquinho. Aí inicia a etapa de aclimatação, quando transportamos as mudas de um espaço para outro. Em seguida, passamos para a seleção e, por último, a rustificação, quando elas são deixadas a pleno sol para se adaptarem à realidade que elas terão nas áreas de mina”, explica a engenheira florestal da MRN, Fabrícia Reges.
“É um grande desafio, mas poder acompanhar o crescimento delas é uma extrema felicidade. Quando visito as áreas que já passaram pelo processo de reflorestamento, sinto como se as árvores nunca tivessem saído dali. É maravilhoso ver a presença da fauna e até colher frutos maduros, com a castanha-do-pará”, complementa a engenheira.
Raízes do futuro
A MRN possui mais de 15 iniciativas na força-tarefa dos cuidados com o meio ambiente, incluindo o Epifitário, que faz parte do Programa de Resgate, Salvamento, Multiplicação e Reintrodução de Flora. Ao lado do Viveiro Florestal, o espaço abriga diferentes espécies de epífitas que são aquelas plantas que vivem sobre outras sem causar qualquer tipo de prejuízo, como orquídeas e bromélias, por exemplo. É nele que os espécimes resgatados nas áreas de supressão da vegetação para a mineração são acondicionados para desenvolvimento e só então são reintroduzidos em áreas reflorestadas mais antigas.
Talita Godinho, Analista Ambiental responsável pelo Epifitário, explica que o espaço “Funciona como um Banco de Germoplasma, com espécies de epífitas provenientes de diferentes tipologias florestais que, acabam virando fonte de reprodução, contribuindo para a conservação delas no meio ambiente. Ao mesmo tempo, é um espaço onde também promovemos ações de educação ambiental, onde recebemos os comunitários, os moradores da vila de Porto Trombetas e temos a oportunidade de explicar qual o papel delas para a conservação da biodiversidade”.
Investimento
A MRN investe no reflorestamento de áreas mineradas de bauxita alinhadas a pesquisas de apoio ao desenvolvimento econômico da região. O Programa de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) busca promover a recomposição vegetal para restaurar as áreas mineradas, deixando o ambiente o mais próximo possível de sua estrutura e funcionalidade originais. Em 2022, o trabalho resultou no plantio de 492 mil mudas de 101 espécies nativas em áreas mineradas, todas produzidas no viveiro Florestal da empresa e envolvendo 70 trabalhadores das comunidades vizinhas, além da aquisição de 5,4 toneladas de sementes destas.
“Além do legado técnico no desenvolvimento da ação de reflorestamento, a empresa tem atuado com estudos para o enriquecimento econômico da floresta replantada, sem romper com os equilíbrios naturais. Os estudos são para que essas espécies sejam plantadas de maneira diferenciada, com o objetivo de oferecermos para as comunidades, alternativa econômica planejada”, pontua Marco Antonio Fernandez, gerente geral de Licenciamento e Controles Ambientais da MRN.
Bibliotecas comunitárias envolvem crianças e adultos com o incentivo à leitura em Oriximiná
Projeto Vaga Lume é apoiado pela MRN por meio da Lei Rouanet de Incentivo à Cultura
Empoderar crianças de comunidades da Amazônia a partir do fomento da leitura. Esse é o propósito do Projeto Vaga Lume, que considera as bibliotecas comunitárias como espaços para o compartilhamento de saberes. Com bibliotecas espalhadas pelas comunidades de Boa Vista, Serrinha, Moura, Flexal e Lago do Ajudante, no município de Oriximiná, oeste do Pará, em 2022 a iniciativa passou a receber o apoio da Mineração Rio do Norte (MRN), com a implantação de uma nova biblioteca na comunidade Jarauacá, por meio da Lei Rouanet de Incentivo à Cultura (Lei 8.313). Para ampliar a atuação do projeto, este ano, 30 comunitários passaram a receber formação continuada em Mediação de Leitura e em Gestão de Bibliotecas Comunitárias.
“Eu aprendi muito com esses livros”, diz a pequena Nathiene Lopes. Com a chegada da biblioteca do Jarauacá, as viagens da estudante ao universo da literatura têm sido cada vez mais frequentes. “Minha amiga e eu sempre vamos juntas para ficar lá. Os colegas das escolas também vão, emprestam os livros e ficamos lendo. Eu acho importante”, garante.
Quem observa as palavras da menina com vislumbre é a voluntária do projeto, Lene Vieira. Ela está entre os comunitários que participam da formação continuada, e se revezam para manter o hábito da leitura sempre vivo na região. Quando foi convidada a participar da iniciativa, a voluntária lembra que a defasagem dos estudantes era uma realidade no pós-pandemia que, aos poucos, segundo ela, foi transformada pelos livros.
“Foi muito satisfatório. Quando os livros chegaram, foi uma surpresa imensa. Tanto para as crianças quanto para os idosos. E a cada dia eles têm se interessado mais e mais. Nossa biblioteca está sempre aberta. Hoje, vemos que nossas crianças tiveram um bom desenvolvimento com o Vaga Lume. Esperamos que o projeto esteja sempre apoiando nossa escola”, destaca a voluntária.
Páginas e saberes
Nascida e criada na comunidade Jarauacá, Valdenice de Oliveira, também voluntária do projeto, vê a chegada da biblioteca como um grande avanço na comunidade. A jovem conta que as diferentes opções de livros têm impactado positivamente na maneira como os moradores contam a sua própria história. “São informações que podem nos ajudar, daqui a um tempo, a montar um livro sobre nós. Nosso desejo é que isso cresça para que nossa biblioteca sempre fique fortalecida”.
E são essas histórias que têm estimulado a agente educacional Francilene Lemos, da comunidade Santana, que é uma entusiasta da biblioteca. “Estamos colhendo dados para que façamos um livro que conte sobre nossas comunidades. Isso é ter uma biblioteca. É abranger novos horizontes, conhecer novos países, novas aventuras e novas culturas. Aqui, por exemplo, é conhecida como a comunidade mãe, que gerou descendentes rio acima e rio abaixo, porque foi daqui que os filhos dos comunitários foram fundando outras comunidades ao redor. Eu particularmente sou apaixonada por aqui”, destaca.
Klíssia Lopes atua como representante local da iniciativa há 16 anos. Ela conta que, desde a chegada do Vaga Lume nas comunidades, a transformação de realidades tem sido efetiva, com muitos resultados significativos. “Nós ficamos extremamente satisfeitos com o trabalho de multiplicação. E essa parceria recente com a Mineração Rio do Norte com certeza vai render bons frutos, afirma.
Incentivo e formação
Casa para 24 milhões de brasileiros, as comunidades rurais da Amazônia são o foco do trabalho da Organização não Governamental (ONG) Vaga Lume. Baseada em princípios como Humanismo, Escuta e Diversidade Local e Cultural, a entidade planeja triplicar o número de bibliotecas comunitárias em espaços como comunidades ribeirinhas, indígenas e quilombolas. Para Fernanda Prado, gerente de Relações Institucionais da entidade, compartilhar histórias permite reduzir distâncias. No entanto, segundo ela, não basta apenas doar livros, é necessário formar mediadores.
“Doar um livro não faz com que as pessoas sejam leitoras, é preciso que tenhamos o envolvimento de pais, tios, professores e comunitários, que estimulem as crianças a lerem por prazer e não por obrigação. É isso que faz a mudança de chave, na qual as crianças passam a ter a leitura como algo divertido. Nesse retorno à comunidade Jarauacá, um ano depois, eu vejo o quanto as pessoas estão engajadas e felizes com o projeto. Tenho certeza de que eles cuidarão muito bem dessa biblioteca e de todas as iniciativas que virão”, pontua.
Prado lembra que esse propósito só é possível com o apoio efetivo das iniciativas públicas e privadas. “A ONG Vaga Lume só existe graças aos nossos parceiros, como a MRN, e nós gostaríamos que ela apoiasse por muito tempo e que muitas outras ‘MRNs’ apoiem esse projeto que é lindo e que precisa continuar. Quero agradecer e parabenizar a empresa não só pela parceria, mas por saber que educação é a chave para transformar a vida das crianças, que são os verdadeiros guardiões da floresta”.
Legado
Criada em 1991, a Lei nº 8.313 de Incentivo à Cultura, popularmente conhecida como ‘Lei Rouanet’, tornou-se o principal combustível para o desenvolvimento de ações culturais no Brasil. Anualmente, a MRN abre edital de projetos culturais que beneficiam crianças, jovens e adultos dos municípios de Faro, Oriximiná e Terra Santa. O Vaga Lume foi um dos projetos aprovados no edital de 2021. Só para 2023, a empresa estima investimento de, aproximadamente, R$ 1 milhão nas iniciativas.
“Nós entendemos que a leitura une comunidades e pessoas. O projeto, além de fomentar a leitura, incentiva a gestão comunitária por conta da biblioteca. Os voluntários vão às casas das pessoas e fazem a leitura, resultando em integração nas comunidades e incentivo à cultura. Cultura é educação, e esse é o legado que a MRN está firmando aqui na região, porque acreditamos que, por meio da educação, nós desenvolvemos indivíduos e são eles que desenvolvem a comunidade na qual estão inseridos”, destaca Bianca Bentes, analista de Relações Comunitárias da MRN.
Projeto de agricultura familiar estimula empreendedorismo em comunidade de Oriximiná
Conquista em concurso de farinha de mandioca está entre os resultados da iniciativa
É na comunidade Ascenção, zona rural do município de Oriximiná, oeste do Pará, que capacitações implementadas por meio de cursos, oficinas e visitas técnicas, com foco nas culturas tradicionais, têm fortalecido a geração de renda de 18 famílias, e estimulado o empreendedorismo local. É o Projeto de Agricultura Familiar desenvolvido pela Mineração Rio do Norte (MRN). A conquista da comunidade do primeiro lugar de um concurso de farinha de mandioca está entre os resultados da iniciativa.
“O objetivo desse projeto é fomentar o desenvolvimento sustentável da comunidade, visando fortalecer e melhorar as práticas de manejos adotados nos cultivos existentes. As atividades, além de impactarem de maneira positiva na geração de renda, buscam melhorar a interação entre o homem e o meio ambiente, que é de suma importância para a sustentabilidade dos processos produtivos”, explica a consultora Danúbia Barros, do Grupo Florestas Engenharia, que dá o suporte técnico ao projeto.
As capacitações recebidas pelo projeto são somadas aos saberes locais. Uma parceria que já colhe frutos. No final do mês de junho, a comunidade Ascensão foi a campeã do I Concurso da Melhor Farinha, durante o 1° Festival da Mandioca, realizado pela Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Oriximiná. O evento teve o intuito de potencializar a produção agrícola familiar das comunidades rurais do município.
Conquista
Para o primeiro lugar dentre os participantes, um kit mecanizado para casa de farinha (forno elétrico, peneira e entre outros), estava à espera. “Quando o edital do concurso foi lançado, nós fomos atrás, trouxemos para a comunidade e nos reunimos para estudar e saber se teríamos a possibilidade de levar também o nosso produto. A motivação da comunidade era o prêmio do primeiro lugar e se tornou um objetivo a ser alcançado”, conta o líder Dázio Araújo.
A expectativa agora é organizar um novo espaço para recebimento do maquinário. “Já conversamos com os responsáveis do evento e eles já afirmaram que assim que tivermos o espaço pronto, receberemos as máquinas”.
Valor ao produto
Genilda Cunha, analista de relações comunitárias da MRN e coordenadora do projeto, destaca que a conquista do concurso reforça, junto aos comunitários, a viabilidade e a qualidade do que é produzido pela comunidade, agregando valor. “Para o mercado local agrega competitividade, pois com essa premiação garantiu-se a aceitabilidade do público em relação ao produto, mostrando para a população de Oriximiná uma opção de farinha sustentável, de qualidade e com preço justo”, pontua.
A cultura e o beneficiamento da mandioca compõem a maior parte da renda de quase todos os comunitários de Ascenção. O Projeto de Agricultura Familiar busca qualificar esse segmento ao mesmo tempo em que se trabalha a diversificação de cultivos e a criação de animais. Além da produção de farinha, derivados, como biscoitos, também são produzidos.
As atividades do projeto se estendem durante todo o ano, e dentre elas está o estímulo à participação em feiras e eventos para divulgação dos produtos. “Essas melhorias são construídas a partir das trocas entre os saberes tradicionais e técnicos, aliados a um planejamento estratégico. Nossa meta agora é que, no próximo semestre, possamos consolidar uma assessoria técnica que vai permiti-los comercializar para escolas por exemplo”, ressalta Genilda.
Estudantes de cursos técnicos de Terra Santa visitam operações da MRN
Para os visitantes, o destaque da programação foram as etapas do processo de reflorestamento da empresa
“Aprendi que a empresa tem um respeito muito grande pela natureza e pelos animais”, afirmou o estudante Gabriel Pereira, do município de Terra Santa, oeste do Pará. Ele estava entre os 20 alunos dos cursos de Técnico em Mineração e em Segurança do Trabalho que visitaram as áreas operacionais da Mineração Rio do Norte (MRN), sediadas no distrito de Porto Trombetas, município de Oriximiná (PA). O objetivo da programação foi apresentar o fluxo sustentável da operação de bauxita e proporcionar aos visitantes uma imersão nas práticas internas da empresa, relacionando-as com a formação profissional deles.
“Foi uma trilha ecológica, na qual os alunos conheceram o platô Saracá, uma das primeiras áreas a serem reflorestadas na década de 80, após o fim do processo de mineração. Foi uma oportunidade de verem o nosso compromisso com a recuperação das áreas mineradas e o retorno que isso nos traz”, explicou a técnica em Meio Ambiente da MRN, Poliane Gonçalves.
Áreas como as de operação de mina, supressão, decapeamento (processo de retirada das camadas de solo até o minério) e transporte também estiveram no itinerário da visita. O gerente técnico de Operações da MRN, Marcos Rocha, acompanhou os alunos. Ele destacou que as visitas institucionais consolidam a transparência da empresa, pois permitem que a sociedade conheça de perto cada etapa do processo de extração e quais benefícios são gerados para a região. “Isso também fortalece nossos laços com a comunidade. A MRN atende todas as exigências de preservação e cuidado com o meio ambiente. Por isso, temos orgulho de ter nossas portas abertas para que instituições, empresas e comunidades conheçam nossas práticas sustentáveis”, ressaltou.
Aprendizados
“Uma experiência excelente”, disse a estudante do curso de Técnico em Mineração, Adrielma Silva. Embora já tivesse visitado Porto Trombetas, foi a primeira vez que conheceu cada etapa do processo de mineração da bauxita desenvolvido pela empresa. “Não é apenas ver o projeto de perto, mas entender do início ao fim os procedimentos de extração e como é feita a recuperação da floresta”. E foi desse entendimento que a estudante contou ter absorvido um aprendizado singular. “O respeito com o meio ambiente. Um respeito que nos proporcionou não apenas aprender, mas levarmos esse cuidado para a vida, para nosso dia a dia profissional”, relatou.
Aluno do curso de Segurança no Trabalho, também foi a primeira vez que o estudante Luan Ribeiro visitou as operações da empresa. O que ele mais gostou foi a atenção dada à fauna, por meio de estudos e métodos científicos inovadores. “No geral, sempre ouvimos: ‘a mineração desmata tanto’, mas aqui vimos que o reflorestamento acontece. Outra coisa foram os projetos que compram sementes com as comunidades locais. É possível ver que, mesmo a supressão sendo necessária, a mineração reconstitui as áreas, deixando quase tudo perfeito no seu devido lugar”, comentou.
Novos olhares
Formada em Pedagogia, Rosemary Neto voltou à sala de aula para cursar Técnico em Segurança no Trabalho. Moradora de Porto Trombetas em meados da década de 90, ela conta que a visita a permitiu regressar ao espaço a partir de novas perspectivas e a perceber os avanços na relação da empresa com o meio ambiente. “Conhecer os processos em meio ao lema ‘se não for seguro, torne seguro’ foi fundamental, mas o cuidado com o reflorestamento no que diz respeito ao inventário florestal é algo que me encantou e, na minha opinião, precisa ser do conhecimento de todos. Afinal, é a partir dele que a mineradora reintroduz diversas espécies nativas na natureza”, observou.
“Essas visitas são sempre positivas. São uma oportunidade de discutirmos com os alunos os desafios atuais e do futuro de suas profissões, como o papel e a postura do técnico de Segurança do Trabalho, por exemplo. Durante a formação, isso é de grande valia porque desperta no aluno o sentimento de que são necessários estudos e dedicação para atender às exigências do mercado”, explicou Flávio Trioschi, gerente geral de Segurança no Trabalho da MRN.
Mulheres na mineração: força feminina do setor cresce no oeste paraense
Programas de diversidade se mostram necessários para inclusão de mulheres
Entre os maquinários da oficina de caminhões de pequeno porte da Mina Aviso, no distrito de Porto Trombetas, em Oriximiná, oeste do Pará, dezenas de homens estão a postos para garantir que as manutenções, caso necessárias, ocorram de maneira rápida e eficaz. Na liderança da equipe, quem tem garantido essa fluidez é Juciléia Costa, técnica de Planejamento de Manutenção de Máquinas Móveis da Mineração Rio do Norte (MRN). “Sempre tive o desejo de trabalhar em uma grande empresa, multinacional e reconhecida”, pontua a técnica ao lembrar os motivos que a têm feito conquistar espaço em um setor majoritariamente masculino. Entrou na empresa como assistente administrativa e quase 10 anos depois já lidera uma equipe de profissionais.
Há poucos quilômetros dali, na área de Beneficiamento da Mina Saracá, a jovem eletricista Ádina Santos, da comunidade Moura, também tem escrito sua história de conquista de espaço. Em fevereiro de 2021, entrou na empresa como Jovem Aprendiz e, em novembro de 2022 viu seu nome compor o quadro de empregados efetivos. “Quando eu cheguei aqui, fiquei surpresa porque eu olhava e não via muitas mulheres, me senti uma formiguinha ao lado de um elefante. Foi em meio à pressão para execução de algumas tarefas, que pude perceber a mudança de olhar deles ao verem que também conseguiria executá-las”, conta.
Relatório desenvolvido pela Women in Mining Brasil (WIM Brasil), em parceria com a EY People Advisory Services, revelou que as mulheres representam 17% da força de trabalho do setor mineral do país. Para refletir e estimular perspectivas de mudanças nesse quadro, não muito diferente em outros países, a International Women in Mining (IWiM) criou, em 2022, o Dia Internacional das Mulheres na Mineração, celebrado anualmente no dia 15 de junho. “Mesmo que os nossos números não pareçam tão expressivos, eles já representam uma mudança no setor mineral e, passa a ser preocupação recorrente tendo em vista a pauta da inclusão de gênero, mostrando que a mulher pode estar onde ela quiser”, destaca a diretora da WIM Brasil e gerente geral de Comunicação da MRN, Karen Gatti.
Presente e futuro
Ainda de acordo com o relatório da WIN Brasil, 97% das empresas participantes da pesquisa disseram possuir um programa de Diversidade, Equidade e Inclusão estruturado. Para acompanhar essas mudanças, a MRN tem investido na ampliação de espaço para as mulheres por meio da implementação de práticas como a reformulação de programas de Trainee e Jovem Aprendiz, e ampliação do programa de Diversidade & Inclusão, o MRN pra Todos. Os resultados são vistos no dia a dia. Em 2021, a força feminina da MRN saltou aumentou de 6,6% para 9,2%. Já em 2022, o quantitativo aumentou novamente para 11,8%.
“Quando eu cheguei, eu pensei ‘nossa, como é que vou trabalhar com caminhões, no meio de um universo de homens?’ Mas, sempre fui muito bem tratada, muito bem recebida e tive colegas que sempre me apoiaram e isso fez uma diferença imensa dentro de minha trajetória na MRN”, relembra Juciléia Costa.
Karen Gatti destaca que os números deste cenário da empresa refletem, especialmente, o direcionamento desenvolvido pelos pilares de diversidade da MRN. De acordo com a executiva, o objetivo é ampliar cada vez mais a representatividade e inclusão nos diferentes setores. “Além dos pilares de Gênero, temos o pilar de Etarismo, Raça e Etnia, LGBTQIA+, que são trabalhados de maneira integrada e conjunta, mas sempre respeitando a individualidade de cada um”, explica.
Orgulho e Perspectivas
Mãe de três filhos, Ádina conta que sua maior conquista é, sem dúvida, saber que dará a eles o que ela não pôde alcançar quando criança e que eles, ao chegarem a fase adulta terão uma certeza. “A primeira e única mulher eletricista da comunidade a conquistar um espaço tão grande assim”, afirma. A profissional acredita ainda que a presença de mulheres em ambientes de trabalho dominados por homens pode estimular o interesse de outras mulheres a ousarem em suas escolhas profissionais. “Daqui para a frente sei que não verei mais esse cenário, uma multidão de homens com uma ou duas mulheres, será mais igual”, aponta.
A técnica de planejamento Juciléia Costa conta que em nenhum momento se viu em meio à indiferença por parte dos colegas, mas que, segundo ela, ainda há um receio de mulheres em aceitar desafios nesses espaços. “Acreditem em você. Busquem seus sonhos, busquem seus objetivos. Não parem. Se alguém olhar torto, não deem importância. Foque no seu processo porque você sabe que é capaz”, garante.
“As mulheres têm um papel fundamental dentro da mineração. Elas são pioneiras e trazem uma perspectiva diferenciada com novas abordagens. É sabido que uma empresa diversa consegue, inclusive, ter melhores resultados financeiros do que uma empresa que não trabalha essas pautas. Então focar na inclusão das mulheres na mineração não é apenas uma questão estratégica, mas de futuro”, pontua Karen Gatti.