Lançamento do projeto ocorreu nesta 5ª feira (26/10) e resulta de parceria entre o IBRAM, o Governo Britânico no Brasil e o Mining Hub. Projeto será base para metas setoriais de redução das emissões de GEE da indústria mineral.
A indústria da mineração do Brasil passa a contar com um projeto setorial voltado à descarbonização de suas atividades industriais, por meio da inovação de rotas, modelos de visão sistêmica integrada, com ênfase na transição energética para fontes renováveis. Logo de início, 11 mineradoras aderiram ao projeto. Esta iniciativa resulta de uma parceria entre o Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), o Governo Britânico no Brasil e o Mining Hub – espaço de inovação do setor mineral. O lançamento foi nesta 5ª feira (26/10), na sede do IBRAM, em Brasília.
O ‘Projeto de Descarbonização do Setor Mineral’ e mais o 3º Inventário de Gases e Efeito Estufa, em elaboração pelo IBRAM desde agosto, servirão de base para o Instituto estruturar, a partir de 2024, um roadmap do carbono na mineração, o que irá permitir estipular metas setoriais de redução de emissões. É uma resposta que a Mineração do Brasil dará ao país sobre o controle e a mitigação de suas emissões. A Direção do IBRAM acredita que o roadmap irá influenciar na tramitação dos processos de licenciamento ambiental, favoravelmente às mineradoras que se engajarem na agenda setorial do clima, conduzido pelo Instituto.
11 mineradoras participam inicialmente
As primeiras mineradoras a participarem do projeto de descarbonização são: Alcoa; Anglo American; CBMM; Gerdau; Hydro; Kinross; Lundin Mining; MRN; Samarco; Nexa; Vale. Para o diretor-presidente do IBRAM, Raul Jungmann, “a questão climática é o ‘desafio dos desafios’ contemporâneos da humanidade. Ninguém pode se excluir de agir para enfrentar a questão climática, já que afeta a todos nós. E temos ainda um desafio ético e moral, que é legar às futuras gerações uma natureza melhor do a nossa geração encontrou. O projeto que lançamos atende a um compromisso do setor mineral, incontornável e inadiável, que é diagnosticar suas emissões e agir para descarbonizar suas operações”.
Ele e a Embaixadora de Sua Majestade na República Federativa do Brasil, Stephanie Al-Qaq, e também a presidente do Mining Hub, Alessandra Prata, assinaram convênio para implantar o projeto de descarbonização. A Embaixadora disse que “a liderança do setor mineral com este projeto, além de outras iniciativas (em relação às questões climáticas) fazem toda a diferença (...) juntos podemos inovar e criar soluções (...) não faltam recursos financeiros para projetos como esse; faltam visão, liderança e vocês (do setor mineral) têm”.
Otávio Cavalheira, CEO da Alcoa, falou em nome das 11 primeiras mineradoras signatárias do projeto de descarbonização. Ele lembrou que a mineração é uma atividade industrial de baixa emissão, mas, mesmo assim, as empresas do setor têm tomado atitudes para reduzir constantemente a pegada de carbono. E o atual projeto de descarbonização permitirá avanços setoriais nessa direção. Alessandra Prata, presidente do Mining Hub, também enfatizou a importância do novo projeto: “ele significa integração e sinergia das ações e dos dados” das empresas relacionados à mitigação das emissões “e, para avançar, vamos precisar de inovação, daí a importância do envolvimento do Mining Hub”.
Também participaram do evento em Brasilia Márcio Rojas da Cruz, coordenador-geral de Ciência do Clima do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, representante da ministra Luciana Santos; o diretor-geral da Agência Nacional de Mineração, Mauro Henrique Sousa; o diplomata Gustavo Rosa, da divisão de Energia e Mineração do Ministério das Relações Exteriores – ele representou o ministro Mauro Vieira; e CEOs e gestores das mineradoras participantes do projeto de descarbonização.