A apresentação de fim de ano do Núcleo da Orquestra Maré da Manhã, no distrito de Porto Trombetas, em Oriximiná (PA), mostrou mais uma vez a força transformadora da música na vida de crianças e adolescentes da região. Patrocinado pela MRN, o projeto beneficia, ao todo, 110 crianças e adolescentes matriculados no Colégio Equipe, residentes das comunidades de Moura, Boa Vista e do distrito de Porto Trombetas. O projeto também conta com um segundo núcleo na Escola Novo Israel, no Lago do Ajudante, ampliando o alcance do projeto e reafirmando o compromisso da empresa com o desenvolvimento social dos territórios.


Entre os participantes, histórias de superação, disciplina e sonhos começam a desenhar novos caminhos. Júlia Oliveira, de 14 anos, moradora de Porto Trombetas, conta que participar da orquestra, desde 2023, mudou sua rotina e sua forma de encarar desafios. “O projeto me deixou mais concentrada e disciplinada. Mesmo se eu errar, posso continuar e melhorar. É um hobby que pode me levar longe”, afirmou.


Moradora da comunidade Lago do Ajudante, Alice Barros, de 13 anos, participa há cerca de três anos do projeto e compartilha que o violino já foi um desafio, mas também um aprendizado sobre persistência. “No início achei difícil, mas faz parte. O projeto me ajudou nisso. Hoje toco como hobby, para me divertir”, disse.


Maria Luiza Palheta, de 16 anos, também de Porto Trombetas, já pensa em seguir carreira musical. “O projeto me ajudou a ter confiança. Eu nunca pensei que conseguiria tocar músicas que hoje toco com facilidade. Quero seguir carreira e quem sabe tocar em uma grande orquestra, até mesmo no Rio de Janeiro”, afirmou. Para os novos alunos, ela deixou uma mensagem de perseverança: “Se dediquem e tenham garra. Sem isso, não dá para alcançar os
objetivos”.


Responsável pelo núcleo, o professor e coordenador Matheus Silvestre lembra que o projeto começou, em 2020, com 100 alunos de Porto Trombetas e comunidades Boa Vista e Moura, mas teve suas atividades interrompidas pela pandemia. A retomada, em 2023, trouxe novamente o mesmo número de participantes, com expansão também para o Lago do Ajudante. Para ele, os resultados são nítidos dentro e fora das aulas. “A música move e transforma a vida dos alunos e dos pais. Estudos reforçam que ela auxilia no aprendizado escolar, e aqui vemos isso todos os dias. Muitos alunos que eram tímidos hoje se comunicam com facilidade, apresentam trabalhos na escola, participam de atividades públicas e superam
medos”, destacou.


Matheus cita o exemplo de uma ex-aluna que concluiu o ensino médio, ingressou na faculdade e foi encaminhada para iniciar atividades com a Orquestra Sinfônica de Santarém, com apoio do projeto. Ele reforça que o núcleo trabalha para criar caminhos reais para quem deseja seguir carreira musical, seja como músico, professor ou monitor. “Nosso desejo é ampliar ainda mais o alcance nas comunidades e realizar mais apresentações em locais como nos municípios de Terra Santa e Oriximiná, e até parcerias com outras orquestras”, afirmou.


Para a MRN, a parceria reforça o impacto da música na formação dos jovens. A gerente de Relações Comunitárias, Elessandra Corrêa, lembra que o projeto já soma cinco anos e beneficiou mais de 350 crianças e adolescentes. “As aulas de viola e violino ajudam a educar, proteger, integrar e inspirar. Pela arte, crianças e jovens desenvolvem competências para a vida, fortalecem vínculos e constroem novas perspectivas de futuro. É emocionante ver como, ao longo do tempo, vão desenvolvendo disciplina, foco e sensibilidade artística”, enfatizou.


O conjunto dessas experiências mostra como a música tem ajudado crianças e jovens das comunidades a desenvolver disciplina, confiança, concentração e novas perspectivas de futuro. Os relatos dos alunos e do professor Matheus reforçam que, mesmo diante de desafios, o envolvimento com o projeto fortalece vínculos, amplia aprendizados e incentiva que cada estudante siga evoluindo, seja na escola, na convivência ou na trajetória que desejam construir.