Programações ocorreram em Portos Trombetas e em comunidades de Terra Santa
As ações promovidas pelos Grupos de Voluntariado e Pilar de Raça e Etnia do Programa MRN pra Todos da Mineração Rio do Norte (MRN) movimentaram o sábado (11). Na comunidade de Jamari, município de Terra Santa, oeste do Pará, o grupo de voluntários realizou palestras educativas sobre saúde e meio ambiente, além de brincadeiras e distribuição de brinquedos. Já em Porto Trombetas, o pilar de Raça e Etnia do Programa MRN pra Todos estimulou o empreendedorismo local e reflexões sobre o Dia da Consciência Negra.
Em Jamari, a Confraternização de Natal ocorreu em um barracão da comunidade e reuniu comunitários de Redobra, Nascimento e Paraíso, totalizando 280 crianças beneficiadas. “Essa ação faz parte do Programa de Voluntariado da MRN, que tem como um dos seus objetivos norteadores o estímulo à prática cidadã e ao espírito de responsabilidade social, por meio da difusão do voluntariado organizado e do incentivo ao comprometimento dos cidadãos com as questões sociais relevantes nas localidades em que a empresa está presente”, explicou Fernanda Mario, analista de Recursos Humanos e coordenadora do Programa de Voluntariado da MRN.
Acompanhada dos netos, a dona de casa Eduarda Lopes Pantoja foi uma das comunitárias que participaram da confraternização. “Para nós, é motivo de alegria. Na idade que tenho, eu nunca pensei na vida que receberíamos um evento assim, onde somos acolhidos, principalmente nossas crianças, porque eu tive 10 filhos e nunca tive a oportunidade de comprar uma bola para eles”, contou a aposentada que vive em Jamari há pouco mais de 60 anos.
Arinelson Lopes Pantoja, filho de dona Eduarda, também enfatizou a satisfação de ver a as crianças participando e se divertindo na programação. Ele conta que a realidade da comunidade está mudando por meio das parcerias com a MRN. “Minha mãe sempre conta a dificuldade de acesso à comunidade. Se antes era apenas pelo rio, hoje nós também podemos chegar por meio de estradas. Então, nós ficamos muito felizes em receber os voluntários. São pessoas carismáticas e que trouxeram alegria e conhecimento para nossas crianças. A MRN está de parabéns por fazer essa diferença”, afirmou.
“Gratidão a Deus, MRN e nossa associação de moradores, que estão fazendo essa ação que é muito importante para nós. Hoje temos palestras sobre saúde tanto para as crianças quanto para os adultos, e vacinação para quem estava atrasado. Ficamos muitos felizes e esperamos que o grupo volte mais vezes”, contou a comunitária Joana Ferreira Seixa.
Voluntariado e experiências
Iniciativas como essa são realizadas durante todo o ano, conforme um cronograma desenvolvido e planejado pelo próprio grupo de voluntariado. Vestindo a camisa “fazer o bem é contagiante”, 15 voluntários participaram da ação no Jamari. “Contribuir com essas iniciativas é satisfatório. Não é só fazer o bem levando alegria para as pessoas, mas é, ao mesmo tempo, fazer o bem para nós mesmos, para o nosso coração e para a nossa alma”, ressaltou a voluntária Josiane Andrade, técnica de Planejamento de Manutenção da MRN.
A experiência foi compartilhada pela engenheira de processos Lorena Ávila. Dos 10 meses de MRN, quatro somam vivências na doação de tempo para o outro. “Estou gostando muito do trabalho voluntário. Estou amando. É gratificante porque passamos a dar um pouco mais de valor para a vida, do que nós somos e do que nós temos. É muito bom poder ajudar”, ressaltou. O analista ambiental Pedro Henrique D’Ávila palestrou sobre acidentes com animais peçonhentos. Segundo ele, as crianças ficaram atentas em cada detalhe e já estão ansiosas para o retorno do grupo. “Esse feedback delas é gratificante porque é uma capacitação que diminui complicações, sequelas e até a mortalidade de populações de risco”, garantiu.
Incentivo ao empreendedorismo
Em Porto Trombetas, outro grupo coloriu o fim de tarde com acessórios, adornos e apresentações de danças. A Feira Quilombola foi promovida para fomentar o empreendedorismo de comunidades tradicionais e estimular reflexões. Com comidas típicas e artesanatos, 10 quilombolas apresentaram suas produções. “A MRN tem apoiado os eventos sobre a Consciência Negra, então surgiu a ideia de fazermos um evento voltado ao povo quilombola. Por isso, nós convidamos algumas pessoas para a apresentação dos produtos. A Feira também teve o objetivo de promover a reflexão sobre o Dia da Consciência Negra. Sabemos que estamos em um território onde há várias comunidades quilombolas e, por isso, temos o compromisso de apoiar suas tradições”, explicou Lenilton de Jesus, analista de Relações Comunitárias da MRN.
Moradora da comunidade do Moura, a artesã Maria do Carmo Viana levou para a Feira uma amostra de sua produção de peças decorativas e as panelas de barro inspiradas nos utensílios em exposição no museu Emílio Goeldi, de Belém (PA). Tradição que, segundo ela, tem sido passada de geração em geração na comunidade. “Fomos em Belém, tiramos as medidas, pesamos e hoje vendemos réplicas das peças. Não fizemos nenhum curso, são conhecimentos deixados por nossos pais e avós. Eu vejo que o artesanato com barro vem se perdendo e a MRN tem resgatado isso com as comunidades”, comentou.
Quem optou pela praticidade dos acessórios encontrou as peças produzidas pelo ateliê da Gelciane Barbosa, da comunidade Boa Vista. A artesã divide o pequeno negócio com um amigo e já conta com vendas online por meio das redes sociais: “Essa feira é uma ótima oportunidade porque divulga para mais pessoas e, assim, temos a oportunidade de expandirmos nos negócios”, destacou.
O biólogo Maurivan Vaz Ribeiro é apaixonado por peças de artesanato e não deixou de garantir peças exclusivas durante a programação. “Eu acho excelente esse empreendedorismo que é fomentado aqui. Eu quase levo todas as peças, porque são lindas. Essa valorização cultural das comunidades quilombolas é fundamental”, pontuou o profissional.