O projeto Esporte na Cidade também oferece aulas de iniciação esportiva para 150 crianças e adolescentes do município

 

Na última sexta-feira (21), o projeto Esporte na Cidade, realizado no município de Terra Santa, oeste do Pará, fez a entrega de kits de uniforme para crianças e adolescentes do município, que estudam na rede pública, para usarem em suas práticas esportivas. A iniciativa é realizada pela Organização Social de Peito Aberto (DPA), por meio da Lei Federal de Incentivo ao Esporte, com o patrocínio da Mineração Rio do Norte e apoio da Prefeitura Municipal de Terra Santa. Foram doados 100 kits de uniformes nessa primeira etapa do projeto. No segundo semestre, os alunos irão receber mais um kit.

Uma das participantes do projeto é Letícia Bentes, de 13 anos. É a primeira vez que ela participa do projeto Esporte na Cidade, e estava ansiosa para receber o uniforme. “Agora eu tenho um kit para fazer os exercícios, e eu fiquei muito feliz de poder participar. Coube direitinho e é bem confortável. Quando eu fui selecionada, fiquei alegre, porque eu amo praticar esportes”, disse. “A minha experiência com o projeto está sendo muito boa, mais do que eu esperava, porque além de poder sair de casa, eu vou estar em um lugar seguro e com o acompanhamento da professora, o que é muito bom”, complementou a adolescente.

Em 2020, o Esporte na Cidade comemorou uma década de atividades. Durante a pandemia, para evitar a suspensão total, a iniciativa teve que se adaptar para um formato de transmissão de videoaulas gravadas, aulas online ao vivo e gincanas virtuais, que garantiram o envolvimento dos seus participantes. Desde outubro de 2021, as aulas presenciais retornaram ao ginásio municipal de Terra Santa, com a prática de quatro modalidades de iniciação esportiva (futebol, vôlei, handebol e basquete).

De acordo com Simone Rêgo, educadora física do Esporte na Cidade, atualmente, todas as escolas da rede pública são beneficiadas com o projeto, no total de nove turmas, com alunos entre 07 e 17 anos. “Hoje, as aulas ocorrem duas vezes por semana, com grupos de no máximo 20 pessoas. Cada turma, pratica 45 minutos de esporte e outros 15 minutos são destinados a higienização do local e dos equipamentos. É uma forma de aliar conscientização, educação, sociabilização e saúde física. Nós seguimos todos os protocolos de biossegurança das escolas”, analisou. Além da higienização, é obrigatório o uso de máscaras durante as atividades.

A retomada das atividades no ano passado também é comemorada por Keliane Bentes Barbosa, mãe do Nicolas Bentes Barbosa Diogo, de 11 anos, participante do projeto. “O Nicolas é muito comunicativo e ativo. E durante a pandemia ficou muito tempo dentro de casa. Com a volta do projeto, ele quis muito participar para conhecer novas pessoas, sair de casa, socializar e praticar um esporte”, relatou. Segundo ela, em outubro foi o primeiro contato do filho com a bola. “Ele gosta muito de bicicleta, lego, mas nunca foi muito de jogar bola, por exemplo. Ele até falou à professora que não tinha habilidades. Mas é muito bom ver esse interesse dele e entender como é importante para o seu crescimento participar de um projeto com outas crianças”, comentou.

A coordenação motora pouco desenvolvida é um dos reflexos que a pandemia causa às crianças. É o que afirma Simone Rêgo. “Os mais novos possuem muitas dificuldades, principalmente os que têm menos de 10 anos e que nunca praticaram nada na escola, por exemplo. No projeto, além de ensinarmos a questão técnica dos fundamentos dos esportes, passamos atividades denominadas Circuitos Psicomotores, que trabalham capacidades físicas como coordenação motora, lateralidade, condicionamento físico entre outras. Essas capacidades são perdidas, em função da paralisação das atividades físicas, e são de suma importância para o desenvolvimento integral do aluno”, acrescentou.

 

Mais de uma década promovendo saúde e inclusão social

 

A continuidade do projeto Esporte na Cidade é destacada pela analista de Relações Comunitária da MRN, Elessandra Correa, como uma importante ferramenta de transformação e inclusão social. “A MRN apoia projetos de cunho social e esportivo e, há mais de uma década, somos parceiros do instituto de Peito Aberto. Nesse momento, estamos em processo de retomada das atividades com grande entusiasmo das crianças e dos adolescentes participantes. Nós acreditamos firmemente que o esporte proporciona excelentes oportunidades no futuro a esse público”, afirmou.

É o que o Wenceslau Madeira Teixeira Júnior, presidente da DPA, também acredita ser o principal legado da longa parceria entre o instituto e a MRN. “São mais de dez anos juntos levando esporte para as crianças de Terra Santa. Tenho a certeza que já modificamos centenas de vidas por meio do Projeto Esporte na Cidade. É sempre muito satisfatório visitar o projeto e ver como a ação da DPA e da MRN são transformadoras na comunidade”, comentou.