Mais de 60 anos alunos vão aprender viola e violino em aulas gratuitas com a Orquestra Maré do Amanhã
Mais de 60 crianças e adolescentes de Porto Trombetas e da comunidade do Boa Vista estão inscritas no projeto Orquestra Maré do Amanhã para aprender viola e violino em aulas gratuitas. A iniciativa social da Mineração Rio do Norte (MRN) tem parceria desta orquestra e do colégio Equipe, onde ocorrem as aulas, que fica no distrito de Porto Trombetas, no município de Oriximiná, oeste do Pará.
O projeto estava previsto para o início de 2020, mas precisou ser adiado por conta da pandemia de Covid-19. Com o avanço da vacinação e a retomada gradual das aulas no colégio Equipe, as atividades iniciaram neste último mês de junho, seguindo ainda os protocolos de segurança preventiva como turmas reduzidas em sala de aula, garantindo o distanciamento social, além do uso de máscaras e higienização com álcool em gel.
As aulas ocorrem às terças, quartas, quintas e sextas. A partir de agosto, se o contexto da pandemia estiver mantido sob controle, a proposta é incluir também aulas itinerantes, às segundas-feiras, nas escolas municipais das comunidades Boa Vista e Moura. “Fizemos as audições e a seleção para avaliações rítmica e melódica dos alunos que fariam parte do projeto ainda em janeiro de 2020, antes da pandemia. Já temos os 66 alunos selecionados para o projeto e a proposta do calendário até o final do ano”, comenta Rodrigo Araújo, coordenador do projeto Orquestra Maré do Amanhã, núcleo Porto Trombetas.
Com o propósito principal de levar música clássica a pessoas que não têm acesso, a Orquestra Maré do Amanhã foi convidada pela MRN para implantar um núcleo de ensino na região depois de uma série de apresentações realizadas pela orquestra em 2019 em municípios do oeste do Pará como parte das comemorações dos 40 anos da empresa. “A MRN busca ampliar as oportunidades de desenvolvimento das comunidades com as quais tem interface, o que pressupõe a atuação em um amplo leque de temáticas. Ao trazer essa importante parceria na esfera cultural, com a Orquestra Maré do Amanhã, consideramos que os alunos que moram nas comunidades ganham a possibilidade de desenvolverem novas habilidades, socializarem-se e, de maneira geral, descobrirem novas perspectivas de vida. Os planos iniciais são para que as atividades ocorram em Porto Trombetas, beneficiando os alunos que residem tanto no distrito quanto nas comunidades. Também estão previstas aulas nas comunidades Boa Vista e Moura, que ainda não puderam ser iniciadas devido à pandemia da Covid-19”, relata Raphael Esteves, analista de Relações Comunitárias da MRN.
O mecânico Cledinaldo Durão, da comunidade Boa Vista, é pai de Clemerson, 14 anos, que está participando das aulas de violino no projeto. O pai, que também tem relação com a área musical, onde já atuou como DJ e com bandas, conta orgulhoso que sempre incentivou o filho a participar de cursos e projetos de música. “Quando a gente morava em Manaus, eu matriculei o Clemerson, que na época tinha uns 5 ou 6 anos, para fazer aulas de teclado. Em 2019, ele assistiu uma apresentação da Orquestra Maré do Amanhã. Quando soubemos que haveria um projeto desta orquestra aqui, eu e a mãe dele incentivamos para ele se inscrever. Ele me falou que está gostando de aprender violino”, relata Cledinaldo.
O operador de equipamento industrial Josielton Santos, também de Boa Vista, inscreveu a filha Joiciane, 16 anos, para aprender viola no projeto. “A Joiciane já tinha habilidades musicais com violão e inscrevemos ela para adquirir mais conhecimentos. Ela está gostando bastante e muito empolgada com as aulas”, declara.
Rodrigo Araújo, coordenador do projeto, destaca a importância do engajamento dos participantes e a dedicação deles nas aulas ministradas pelo professor Matheus Silvestre. “No aniversário de 40 anos da MRN, a orquestra veio a Porto trombetas e levou consigo a semente deste novo projeto. A ideia de trabalhar com as comunidades foi rapidamente absorvida por toda a equipe da orquestra e agora tomou forma. Com certeza, devemos descobrir grandes talentos quando os participantes amadurecerem mais seus conhecimentos musicais”, assinala Rodrigo.