Ação médica emergencial e itinerante beneficiou

24 comunidades quilombolas e ribeirinhas no oeste paraense

 

O projeto Quilombo vai retomar a rotina normal de suas atividades na região do Alto Trombetas 1 e 2 no mês de julho, após concluir 13 meses de ação médica emergencial estendida, beneficiando mais de 6 mil pessoas de 24 comunidades quilombolas e ribeirinhas de Oriximiná, no oeste paraense, durante momentos de pico da pandemia de Covid-19.

Este projeto faz parte do Programa de Educação Socioambiental da Mineração Rio do Norte (MRN) em atendimento às condicionantes do Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Já sua ampliação neste período está entre as iniciativas da empresa, alinhada ao grupo interinstitucional “Pela Vida no Trombetas”, para contribuir com a saúde preventiva destas comunidades durante a crise do novo coronavírus.

A extensão do projeto Quilombo, que será concluída em 30 de junho, começou no final de março de 2020 por conta do risco de exposição e vulnerabilidade das comunidades da região durante a pandemia. A partir de então, a MRN disponibilizou equipe médica que realizou um trabalho intenso com visitas diárias, que envolviam orientações preventivas, monitoramento, diagnóstico e tratamento. “Foram 13 meses de ação em campo. Após as consultas, o paciente era encaminhado para o Hospital de Porto Trombetas os casos possíveis. Esses atendimentos e encaminhamentos contribuíram para reduzir, consideravelmente, casos críticos nas comunidades atendidas. Assim, em outubro do ano passado, concluímos o ciclo estendido do projeto em atenção à pandemia, momento em que se estabilizou o número de casos internados e de isolamento. Em janeiro de 2021, ao identificarmos uma tendência de retorno do número de casos, retomamos a ação emergencial, que se conclui neste mês de junho, após monitorarmos e constatarmos que o contexto voltou a ficar estabilizado”, relata Jéssica Naime, gerente de Relações Comunitárias da MRN.

Parcerias - Os atendimentos tiveram importante parceria com hospitais e agentes comunitários locais de saúde como o professor Rubens Cordeiro Rocha, coordenador local do projeto em Cachoeira Porteira, beneficiado com a extensão do Quilombo. “Para a gente, foi uma grande satisfação ter o apoio da equipe médica do Projeto Quilombo na comunidade Cachoeira Porteira, para nos orientar. Só temos a agradecer a MRN por esse apoio porque a nossa comunidade é muito distante”, declara.

Entre os parceiros locais importantes para a viabilização do projeto Quilombo na região também está Domingos Printes, da comunidade do Abuí, que pontua os benefícios do Projeto Quilombo. “Queria agradecer pelas parcerias. Apesar das lutas nesta pandemia, tivemos a vitória com este projeto na comunidade do Abuí”, afirma.

Na comunidade quilombola do Boa Vista, segundo Amarildo Santos de Jesus, coordenador comunitário local de saúde, desde o início, o projeto foi um suporte muito seguro na comunidade. “Hoje estamos mais tranquilos e agradecemos ao projeto Quilombo. Espero que a gente sempre esteja com essa parceria porque a gente precisa dos conhecimentos que foram passados pelo projeto para a comunidade”, comenta.

O coordenador da comunidade ribeirinha Lago do Ajudante, Antônio Eunápio Matos Figueira, destacou a importância das orientações para os comunitários manterem o isolamento social e dos atendimentos e tratamentos preventivos. “O projeto Quilombo orientou nossas comunidades como se prevenir desta doença desconhecida, cortando festas e futebol, e hoje estamos sem novos casos. Agradecemos a MRN que deu suporte às nossas comunidades, realizando atendimentos e trazendo remédios”, assinala.

O agente comunitário de saúde José Adomiro, o “Bila”, da comunidade do Palhal, reforça a relevância das recomendações preventivas e da identificação precoce de casos, que garantiram maior efetividade nos tratamentos. “O projeto fez com que a gente aprendesse a lidar com a pandemia porque não tínhamos modelo de como lidar com esse momento, para avançarmos diante da crise. A comunidade sentiu essa contrapartida muito positiva, entendendo as informações. Com o projeto Quilombo, conseguimos multiplicar esses conhecimentos na comunidade. Somos gratos de fazer parte deste trabalho”, completa.

Prevenção - O projeto Quilombo normalmente atende 14 comunidades dos territórios do Alto Trombetas 1 e Alto Trombetas 2. Durante a extensão, esse número aumentou para 24 comunidades, chegando ao Batata, Flechal, Bacabal, Ajudante, Boa Vista, entre outras comunidades que receberam o suporte da extensão nos momentos de pico da pandemia. “Este projeto do Programa de Educação Socioambiental da MRN mostra a importância desse tipo de parceria com as comunidades e hospitais da região, viabilizando assistência médica e contribuindo para manter a saúde preventiva em momentos críticos desta pandemia”, destaca Jéssica Naime.