Pé-de-Pincha segue o ciclo de soltura neste município e em Oriximiná e deve totalizar 65 mil espécies atendidas pelo projeto neste semestre
Mais de 15 mil espécies de quelônios foram devolvidas à natureza, no dia 14 deste mês, na Fazenda Aliança Piraruacá em Terra Santa. A ação faz parte do ciclo de soltura do projeto de conservação ambiental Pé-de-Pincha, que neste semestre deve totalizar, aproximadamente, 65 mil quelônios soltos neste município e em Oriximiná, ambos no oeste do Pará.
Por conta do período pandêmico e objetivando preservar a saúde de todos, não foi possível realizar o amplo encontro, que reúne convidados comunitários, para evitar aglomerações. Assim, a ação simbólica de soltura envolveu equipe reduzida do Pé-de-Pincha como representantes da Mineração Rio do Norte (MRN), Prefeitura Municipal de Terra Santa, Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Terra Santa, Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Fazenda Aliança e voluntários.
Realizado desde 1999, o projeto é uma iniciativa do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (IBAMA) e da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) com a parceria da Mineração Rio do Norte (MRN), e prefeituras municipais que tem contribuído para garantir a conservação de quelônios na Amazônia.
Com a pandemia da covid-19, foram grandes desafios para superar em 2020. “Esse ano foi diferenciado. Tivemos que efetivamente rever e repensar o sentido e significado da palavra proteção e prevenção, pois a espécie em ameaça já não era somente as dos quelônios. O principal desafio foi realizar todas as ações mantendo nossos parceiros e voluntários motivados e engajados no objetivo de proteção à espécie”, conta Genilda Cunha, analista de Relações Comunitárias da MRN e coordenadora do projeto pela empresa.
Balanço - Desde 1999, já foram devolvidos à natureza 5,65 milhões, contribuindo para a conservação destas espécies. Para 2021, a previsão total de soltura é de 65 mil filhotes de tartarugas, tracajás, pitiús, calalumãs ou irapucas, que serão inseridos na natureza com o apoio da MRN, do governo, da instituição de pesquisa e de 26 comunidades das cidades de Oriximiná e Terra Santa.
O graduando de Zootecnia da UFAM, Ruben Rodrigues, destaca que o ano de 2020 foi bem desafiador para desenvolver o projeto, mas foi possível manter o alinhamento com as comunidades. “Já que o projeto existe há muitos anos em Oriximiná, os comunitários conseguiram trabalhar por já terem o manuseio da técnica, contando com o nosso apoio de forma remota. Vamos seguir acompanhando como pudermos, sempre tendo em vista a segurança deles e a nossa também”, comenta Rodrigues.
Envolvimento - As 26 comunidades ribeirinhas participantes do projeto em Oriximiná e Terra Santa são envolvidas em todas as etapas do processo: desde a identificação das covas dos ovos até a ida dos filhotes para os berçários, onde os filhotes permanecem até o momento da soltura dos animais nos lagos e rios de origem. No início do projeto, a MRN doou canoas, motores, rabeta e combustível para as comunidades envolvidas. Atualmente, a empresa tem contrato de patrocínio com a Universidade Federal do Amazonas – UFAM, através da Fundação de Apoio Institucional Rio Solimões (Unisol). Além do patrocínio, a MRN continua fornecendo combustível, para os trabalhos de coleta e eclosão dos ovos, e ração para a manutenção dos filhotes nos berçários.